VÍDEO: Bolsonaro denuncia perseguição política no Brasil e deputado português resume: ‘se o sistema judicial deixa de ser de confiança, é a democracia toda que fica posta em causa’
O ex-presidente Jair Bolsonaro debateu, com o deputado André Ventura, de Portugal, a situação de perseguição política no Brasil, que o impediu de ir aos Estados Unidos para participar da posse do presidente eleito Donald Trump.
André Ventura expôs sua preocupação com a situação política do Brasil, bem como a esperança de que haja uma mudança com a posse de Trump, enfatizando a necessidade de união das forças conservadoras, internacionalmente, para enfrentar o avanço do socialismo. Ele disse: “no Brasil, tem sido muito visível essa perseguição”. Ventura apontou que, embora a apreensão do passaporte de Bolsonaro tenha chamado especial atenção, o mundo sabe que a perseguição no Brasil é permanente.
Bolsonaro lembrou que Lula, mesmo condenado, tinha autorização para sair do Brasil, para participar de encontros políticos internacionais a seu bel-prazer. Ele confirmou que a perseguição política no Brasil já se estende há muitos anos, tendo se acentuado logo após sua eleição.
Jair Bolsonaro ironizou a acusação de “golpe de estado”, explicando que as acusações são criadas por policiais federais que agem como jagunços do ministro Alexandre de Moraes, e que, enquanto ministros de Lula que tiveram participação aberta nos atos do dia 8 de janeiro não são sequer investigados, milhares de pessoas foram presas em massa e estão sendo condenadas também em massa.
Bolsonaro mostrou os paralelos entre o Brasil e os Estados Unidos, com atentados aos candidatos - Trump e ele próprio - e supostos “ataques à democracia” que geram prisões e condenações em massa, com o 8 de janeiro brasileiro imitando o 6 de janeiro americano.
Bolsonaro expôs os absurdos nas prisões em massa e nos inquéritos e processos políticos conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal. O ex-presidente mostrou a ausência de devido processo legal, o desrespeito às prerrogativas dos advogados, as sentenças prontas, a inexistência de possibilidade de recursos devido aos processos em instância única. Ventura comentou: “isso é muito grave, porque se o sistema judicial deixa de ser de confiança, é a democracia toda que fica posta em causa. Foi esse sistema que o impediu de se candidatar às próximas eleições”.
Bolsonaro explicou que as pessoas estão sendo processadas sem individualização de condutas ou de penas, sem possibilidade de recurso, por uma única pessoa que atua como investigador, acusador, vítima e juiz, auxiliado por outros agentes igualmente tendenciosos. Ele lembrou a frase do ministro Benedito Gonçalves na diplomação de Lula, quando disse “missão dada, missão cumprida”, e mencionou as mensagens trocadas entre auxiliares de Moraes mostrando, com clareza, a intenção de perseguir e condenar pessoas da direita, como o seu filho Eduardo Bolsonaro.
O ex-presidente mostrou a perseguição à imprensa independente: “desmonetizavam páginas da direita, derrubavam páginas da direita, prendiam jornalistas”. Ele lembrou que há jornalistas que buscaram asilo em outros países e apontou que, em sua opinião, fizeram a coisa certa. Em seguida, Bolsonaro ponderou que essas palavras, ditas por ele, foram utilizadas como justificativa para manter a arbitrária retenção de seu passaporte, impedindo-o de ir à posse de Trump.
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