Bolsonaro é convidado para posse de Trump e volta a recorrer ao STF para liberar passaporte


O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi convidado pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, para comparecer à cerimônia de posse em Washington, no próximo dia 20 de janeiro. 

Em publicação feita nesta quarta-feira (8) em suas redes sociais, Bolsonaro confirmou o convite e agradeceu ao deputado federal Eduardo Bolsonaro, seu filho, pela mediação junto à família Trump.

“Muito honrado em receber do presidente dos EUA, Donald Trump, convite para sua posse e de seu vice-presidente J.D. Vance no próximo dia 20/jan. Agradeço ao meu filho Eduardo Bolsonaro pelo excelente trabalho nesta relação com a família do presidente Trump”, escreveu Bolsonaro em sua conta no X (antigo Twitter).

STF e o Passaporte Apreendido

Bolsonaro enfrenta um obstáculo para participar do evento: seu passaporte foi apreendido em fevereiro de 2024, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, no âmbito do inquérito que investiga sua possível participação nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.

O advogado de Bolsonaro, Paulo Bueno, já protocolou uma nova solicitação ao STF pedindo a devolução do documento, justificando a necessidade de comparecimento à posse de Trump. “Meu advogado já encaminhou o pedido ao ministro Alexandre de Moraes para reaver meu passaporte e atender a este honroso e importante evento histórico”, afirmou Bolsonaro.

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Eduardo Bolsonaro Defende o Pai

Em um vídeo publicado junto com a confirmação do convite, Eduardo Bolsonaro defendeu os manifestantes de 8 de janeiro, alegando que o episódio não configura uma tentativa de golpe. “Foi um dia em que não houve disparos, não foram apreendidas armas e prenderam brasileiros que não são criminosos e nunca haviam pisado em uma delegacia”, afirmou.

Eduardo também destacou que seu pai não poderia ter qualquer relação com os atos, já que estava em Orlando, nos Estados Unidos, assim como Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e então secretário de Segurança do Distrito Federal. Ele ainda mencionou que Alexandre de Moraes, relator do inquérito, também estava fora do país, em Paris, na mesma data.

Críticas ao Ativismo Judicial

Eduardo Bolsonaro fez críticas ao que chamou de “ativismo judicial” no Brasil, comparando a situação de seu pai à de Trump nos EUA. “Certamente Donald Trump se identifica com Jair Bolsonaro nesse sentido, porque ele também foi vítima de perseguições judiciais”, afirmou.

O deputado federal aproveitou para instigar Alexandre de Moraes a liberar o passaporte de Bolsonaro, afirmando que a medida reforça um “sistema repugnante”. “Que Deus ilumine as autoridades brasileiras para não impedir que Bolsonaro faça política”, completou.

Negativas Anteriores

Esta não é a primeira vez que a defesa de Bolsonaro solicita a liberação do passaporte. Em várias ocasiões, pedidos semelhantes foram apresentados, mas todos foram negados pelo ministro Alexandre de Moraes.

Com a posse de Trump se aproximando, resta saber se o STF permitirá que Bolsonaro viaje aos Estados Unidos para prestigiar o evento. A situação reacende o debate sobre as restrições impostas ao ex-presidente e o impacto político das decisões judiciais.


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