Policial Militar mata moto UBER com tiro no coração para não pagar R$ 7 da corrida; VEJA VÍDEO!
População pede justiça em protestos na Grande Recife; SDS confirma que PM poderá ser expulso
Uma cena chocante marcou a tarde do último domingo (1º) no bairro Alberto Maia, em Camaragibe, Região Metropolitana do Recife. Thiago Fernandes Bezerra, de 23 anos, motoqueiro de aplicativo, foi morto a tiros por um policial militar após o PM se recusar a pagar uma corrida no valor de R$ 7.
O caso, que ganhou ampla repercussão, foi registrado por câmeras de segurança e desencadeou protestos de motoqueiros e moradores, além de uma forte reação pública contra o comportamento do agente de segurança.
Discussão termina em morte filmada por câmeras
Segundo testemunhas, o desentendimento começou quando o policial militar se recusou a pagar a corrida. No vídeo que circula nas redes sociais, Thiago desce da motocicleta e confronta o passageiro que se recusou a pagar. "Vai fazer o quê? Vai atirar aí", questiona ele, com os braços abertos, sem imaginar que aquela seria sua última ação.
O policial, visivelmente transtornado, saca um revólver e dispara covardemente à queima-roupa contra o peito de Thiago. Ferido, o jovem apenas balbucia: "Ai, ai, meu Jesus", antes de cair ao chão.
Tentativa de fuga e prisão
Após o crime, o policial militar tentou escapar. Ele entrou em um condomínio, trocou de camisa para disfarçar e fugiu. No entanto, foi localizado por populares em um ônibus na Avenida Belmino Correia.
Revoltados, os presentes agrediram o PM antes da chegada da polícia. Ele foi socorrido e encaminhado ao Hospital da Polícia Militar, onde segue internado sob custódia. O estado de saúde dele não foi informado pelas autoridades.
Reação da comunidade e protestos
Na manhã de segunda-feira (2), amigos e colegas de Thiago se mobilizaram em protesto contra a violência. Motoqueiros bloquearam a Avenida Dr. Belmino Correia, no centro de Camaragibe, queimando pneus e exigindo justiça.
A manifestação gerou transtornos para o trânsito local, obrigando passageiros de ônibus a descer e seguir a pé. O fluxo na via só foi normalizado por volta das 8h, após a chegada da polícia para conter os ânimos e liberar a avenida.
Camaragibe, protesto de motoqueiros - Nildo Cavalcanti / TV JORNAL |
Posicionamento da Polícia Militar
A Polícia Militar de Pernambuco emitiu uma nota confirmando que o autor do disparo é um de seus integrantes e informou a apreensão de um revólver calibre .38 utilizado no crime.
"A corporação abriu um processo administrativo disciplinar contra o suspeito, que poderá culminar na sua expulsão. Reforçamos que atitudes dessa natureza não representam os valores da instituição, que preza pela proteção e segurança da população", destacou o comunicado.
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Impacto e investigação em andamento
A morte de Thiago Fernandes trouxe à tona mais um caso de violência envolvendo agentes de segurança pública, levantando debates sobre preparo psicológico e conduta ética de policiais.
A Secretaria de Defesa Social (SDS) garantiu que as investigações estão em andamento e que o policial será responsabilizado conforme a lei. "A prioridade é garantir que esse episódio tenha uma resposta célere e rigorosa", disse um porta-voz da SDS.
Enquanto isso, a comunidade de Camaragibe chora a perda de Thiago, descrito por amigos como um jovem trabalhador e dedicado. Sua família, desolada, clama por justiça.
O caso reacende discussões sobre o abuso de poder e a necessidade de políticas públicas para evitar tragédias como esta.
Secretaria de Defesa Social
O secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho, em entrevista exclusiva ao JC, classificou o caso como um "crime bárbaro".
"Foi sem nenhuma razão, ele desceu da garupa de um mototáxi e após um breve diálogo, que eu não sei do que se tratava, ele puxou a arma, atirou e matou aquele trabalhador."
"Isso é uma exceção dentro de uma corporação como a Polícia Militar que tem 16 mil homens e mulheres que acordam todos os dias e colocam sua vida em risco para proteger a sociedade. Infelizmente, nós tivemos esse caso e ele vai responder pelo ato dele. Já está preso e deve ser expulso da corporação", afirmou o secretário.
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