Milei divulga ranking que mostra peso argentino como “melhor moeda do mundo” e real como a pior


 

A divulgação do presidente argentino Javier Milei sobre o desempenho do peso argentino como "melhor moeda do mundo" em 2024 chamou atenção, mas requer uma análise mais detalhada para compreender o contexto econômico e político que cerca essa declaração.

Peso Argentino: Valorização Atribuída à Emissão Zero

O relatório da GMA Capital, citado por Milei, destaca que o peso argentino teve uma valorização de 40,1% entre dezembro de 2023 e outubro de 2024. Essa alta é atribuída à política de "emissão zero", que interrompeu a impressão de moeda como forma de conter a inflação galopante e trazer estabilidade à economia.

Embora os números possam parecer impressionantes, o contexto é fundamental. Antes dessa valorização, o peso estava extremamente desvalorizado devido à crise econômica profunda que a Argentina enfrentou nos últimos anos. Assim, parte do "salto" do peso pode ser entendido como uma recuperação após sucessivas quedas drásticas, e não necessariamente um indicativo de força estrutural da moeda.

Real Brasileiro: Desafios e Desvalorização

Por outro lado, o real brasileiro apresentou uma desvalorização de 12,8% no mesmo período, segundo o relatório. Diversos fatores podem ter contribuído para esse desempenho:

Análise Crítica

A declaração de Milei reflete mais um discurso político do que uma análise econômica isenta. A valorização do peso argentino pode ser vista como um efeito de curto prazo de políticas severas, mas a sustentabilidade dessas medidas ainda está em questão. O plano de Milei de dolarizar a economia e fechar o Banco Central, por exemplo, continua gerando controvérsias entre economistas e investidores.

No caso do real, a desvalorização não significa necessariamente um colapso econômico, mas sim um reflexo de desafios conjunturais que o Brasil enfrenta. Cabe ao governo brasileiro buscar políticas que reforcem a confiança no mercado e a estabilidade da moeda.

Embora os dados apresentem o peso argentino como "a melhor moeda do mundo" em 2024, a realidade econômica por trás desses números é mais complexa. Para o real, o caminho para reverter a desvalorização passa por estabilidade política e reformas estruturais. O cenário reflete as dificuldades enfrentadas por ambas as economias, que, apesar de trajetórias opostas no curto prazo, compartilham desafios estruturais em longo prazo.


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