Desaprovação do Governo Lula atinge pior índice do ano, aponta Datafolha


O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta sua pior avaliação do ano, segundo os dados mais recentes do instituto Datafolha. Realizada entre os dias 12 e 13 de dezembro, a pesquisa entrevistou 2.002 pessoas com 16 anos ou mais, em 113 cidades brasileiras, com uma margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.

Os números revelam que 34% dos entrevistados avaliam a gestão como “ruim” ou “péssima”, o índice mais elevado desde o início do terceiro mandato de Lula. Em outubro, esse número era de 32%. Ao mesmo tempo, a parcela que considera o governo “ótimo” ou “bom” caiu de 36% para 35%. A avaliação “regular” permaneceu estável, em 29%, enquanto 1% declarou não saber opinar.

Comparação dos resultados: uma análise detalhada

Confira como os índices evoluíram desde outubro:

  • Ótimo/Bom: 35% (36% em outubro)
  • Regular: 29% (mantendo o mesmo índice)
  • Ruim/Péssimo: 34% (32% em outubro)
  • Não sabem: 1% (2% em outubro)

O que explicaria essa piora na aprovação?

O cenário político e econômico pode ajudar a entender os números. Apesar de algumas conquistas do governo, como a aprovação de pautas no Congresso e esforços para o crescimento econômico, temas como a alta carga tributária, desaceleração de expectativas de crescimento e polêmicas sobre gestão de recursos públicos geraram insatisfação em parte da população.

Outro fator relevante é a percepção de que promessas de campanha ainda não foram cumpridas de maneira efetiva. O auxílio financeiro para famílias de baixa renda, por exemplo, ainda enfrenta críticas por atrasos e por sua abrangência insuficiente. 

Além disso, a oposição tem explorado o descontentamento popular para reforçar críticas ao governo em temas como segurança, inflação e gastos públicos.

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Queda na confiança: um alerta político

A queda na avaliação positiva é um sinal de alerta para o governo. Em períodos anteriores, o presidente Lula conseguiu manter índices elevados de aprovação, especialmente durante seu primeiro mandato, quando a economia estava em alta e os programas sociais tiveram grande impacto. No entanto, o atual cenário econômico global mais desafiador, combinado com a polarização política interna, está cobrando seu preço.

O que dizem os especialistas?

Analistas políticos apontam que a estabilidade dos números “regulares” pode ser um reflexo de um eleitorado ainda disposto a dar mais tempo para o governo consolidar suas ações. 

Contudo, a redução na aprovação reflete desconfiança crescente, que pode se intensificar caso medidas de impacto, especialmente na economia, não sejam implementadas rapidamente.

Além disso, as comparações com governos anteriores, tanto de Jair Bolsonaro quanto dos próprios mandatos de Lula, tornam o desafio ainda mais complexo. 

“A base de apoio do governo ainda é sólida, mas há uma necessidade urgente de reconquistar a classe média, que tem demonstrado maior insatisfação com os rumos do país”, afirma um cientista político ouvido pelo Datafolha.

Por que essa pesquisa é importante?

Os índices de aprovação de um governo influenciam diretamente o ambiente político, especialmente quando o Congresso é chamado a votar medidas impopulares ou reformas estruturais. 

Um presidente com baixa popularidade enfrenta maior dificuldade em negociar com parlamentares e em mobilizar sua base de apoio para garantir aprovações rápidas.

Com as eleições municipais de 2024 se aproximando, a avaliação do governo Lula também pode impactar diretamente a performance dos partidos aliados, especialmente do PT, que busca consolidar sua força nas disputas locais.

Os resultados da pesquisa Datafolha mostram que o governo Lula enfrenta desafios importantes no que diz respeito à aprovação popular. Com um índice de 34% de rejeição, o presidente precisa agir rapidamente para reverter o cenário e reconquistar a confiança de uma parcela significativa da população.

O tempo é curto, e a estratégia do governo para o próximo ano será crucial para evitar que a desaprovação se transforme em um problema ainda maior, com impactos tanto no cenário político quanto nas eleições municipais.

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