Jornalistas da GloboNews brigam ao vivo e viralizam na Internet; ASSISTA VÍDEO!


Uma cena inusitada e acalorada marcou o programa Em Pauta da GloboNews na última sexta-feira (1º), quando os comentaristas Sandra Coutinho e Demétrio Magnoli divergiram sobre o conceito de “lugar de fala”. A discussão começou enquanto analisavam a política americana, em especial os desafios da vice-presidente Kamala Harris em conquistar o eleitorado negro nas eleições previstas para o próximo dia 5. 

Durante sua fala, Sandra Coutinho argumentou que a condição de Harris como mulher seria um obstáculo adicional em sua campanha, citando a questão da misoginia como um fator que dificulta o apoio à candidata democrata. “As pessoas têm vergonha de dizer que são misóginas”, disse Coutinho, contextualizando seu ponto de vista sobre a dificuldade de mulheres em posições de poder. A jornalista defendeu que, como mulher, ela teria o “lugar de fala” mais apropriado para abordar as nuances do tema de gênero e afirmou: “O caminho para as mulheres é mais difícil”.

Nesse momento, Demétrio Magnoli, conhecido por sua postura analítica e crítica, interferiu na fala da colega, afirmando que, como analista político, também possui um “lugar de fala” para abordar o tema com isenção e profissionalismo. “Também tenho lugar de fala. Tenho lugar de fala porque sou analista político”, argumentou Magnoli, provocando a reação imediata de Coutinho, que o questionou ironicamente: “Você é mulher?”.

O clima esquentou, e a conversa rapidamente se transformou em um bate-boca. Enquanto Magnoli tentava manter a análise técnica, abordando o voto de diferentes setores, Coutinho reforçava que a misoginia é um problema real e enraizado, insistindo que ele não entenderia a questão por não vivenciar a realidade feminina. Ao sentir que sua argumentação estava sendo desconsiderada, Coutinho acusou o colega de “mansplaining” — termo usado para descrever a atitude de um homem ao “explicar” algo para uma mulher de forma condescendente, ignorando sua perspectiva.

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“Você está mansplaining para mim, né? É algo que estou querendo dizer como mulher. Curioso”, disse Coutinho, o que levou Magnoli a se defender, argumentando que a postura dela parecia tentar anular sua análise. “Você está proibindo que eu exerça a minha profissão”, retrucou, destacando que sua crítica era profissional, e não pessoal.

O embate continuou quando Coutinho reiterou que as pautas identitárias e femininas ainda enfrentam um longo caminho para serem aceitas plenamente na sociedade. “As pautas identitárias cresceram muito, mas a questão feminina não está resolvida”, disse Sandra, e ao ser interrompida novamente, apontou que a atitude de Magnoli não a deixava concluir seu ponto de vista.

Magnoli, por sua vez, em meio ao debate, riu de forma irônica, o que gerou ainda mais tensão entre os comentaristas. Coutinho, visivelmente incomodada, o repreendeu: “Acho inclusive feio você rir debochadamente. Não faço isso com você. Tenho respeito pela sua opinião”. Em resposta, ele reafirmou sua posição, deixando claro que seu objetivo era sustentar uma análise crítica, e não minimizar as questões de gênero.

A discussão dividiu as redes sociais e gerou grande repercussão, com espectadores tomando partido de ambos os lados. Para alguns, Coutinho estava correta em afirmar que o “lugar de fala” deve ser respeitado, principalmente ao discutir misoginia e as dificuldades das mulheres no poder. Outros, porém, viram nas falas de Magnoli uma tentativa de apresentar uma análise objetiva e pautada em dados, defendendo o direito do comentarista de opinar sem ser restringido por sua perspectiva de gênero.

O episódio ilustra o desafio crescente de debater temas complexos como gênero e identidade no ambiente televisivo ao vivo, onde as divergências podem facilmente escapar do controle, expondo tensões sobre o próprio papel do jornalismo e da análise profissional. A cena entre Coutinho e Magnoli levantou ainda reflexões sobre os limites do “lugar de fala” e o papel dos analistas ao comentar temas sensíveis para o público.

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