Boulos recebe 72% dos votos de presidiários em São Paulo


O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) consolidou-se novamente como o candidato mais votado nas unidades prisionais de São Paulo, no segundo turno das eleições municipais de 2024, ao obter 73,53% dos votos válidos entre os detentos e internos. 

Esse desempenho repete a liderança do psolista já verificada no primeiro turno, evidenciando sua preferência nas urnas instaladas em centros de detenção e outras unidades prisionais da capital paulista. Seu adversário, Ricardo Nunes (MDB), ficou com 26,47% dos votos nesse grupo.

Em todo o município de São Paulo, foram montadas 14 seções eleitorais em centros de detenção provisória, no presídio da Polícia Militar, em unidades da Fundação Casa e no Internato Pirituba, de modo a garantir o direito de voto aos presos provisórios e jovens internos. 

Ao todo, 476 detentos participaram da votação, sendo que 350 optaram por Boulos e 126 por Nunes, conforme levantamento do Pleno.News baseado nos boletins de urna fornecidos pela Justiça Eleitoral.

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Liderança unânime em algumas seções 

Boulos obteve votações unânimes em duas das seções prisionais. No Centro de Detenção Provisória IV de Pinheiros, na Zona Oeste, recebeu a totalidade dos dez votos depositados, repetindo o resultado do primeiro turno, quando também havia conquistado todos os votos válidos da unidade, então onze. 

Outro domínio absoluto ocorreu no Internato Pirituba, na Zona Norte, onde os 33 votos computados foram em seu favor.

Ricardo Nunes, por outro lado, alcançou uma vitória isolada no Presídio da Polícia Militar, localizado em Vila Albertina, Zona Norte, onde recebeu 32 votos contra apenas três destinados a Boulos. O único empate entre os candidatos aconteceu na Fundação Casa – Chiquinha Gonzaga, no Parque da Mooca, Zona Leste, com cinco votos para cada candidato.

Direitos de voto para presos provisórios e internos

O direito ao voto é garantido a presos provisórios – aqueles que aguardam julgamento sem uma condenação definitiva – e a jovens internos que estão sob medidas socioeducativas de internação ou internação provisória, conforme definido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. 

Nesse contexto, eles mantêm seus direitos políticos, sendo habilitados a participar do processo eleitoral enquanto não há uma condenação transitada em julgado.

A organização das seções prisionais envolve uma seleção específica para o quadro de mesários, que são escolhidos entre servidores do Ministério Público ou do sistema penitenciário (exceto agentes), ou entre advogados, garantindo assim a imparcialidade e a segurança do processo.

Importância simbólica da liderança de Boulos nos presídios

A expressiva votação de Guilherme Boulos nas unidades prisionais de São Paulo reflete seu apoio em setores socialmente marginalizados, onde o discurso do PSOL encontra ressonância com temas de justiça social e direitos humanos. 

Esse destaque eleitoral reafirma o posicionamento de Boulos em pautas voltadas para a defesa de direitos e da inclusão, particularmente de pessoas em situação de vulnerabilidade.

A participação de presos provisórios e jovens internos nas eleições reforça a importância da cidadania e dos direitos políticos, valorizando o processo democrático em um ambiente que, muitas vezes, representa um microcosmo das questões sociais enfrentadas pelo país. 

A liderança de Boulos nessas unidades torna-se um indicador da receptividade de suas propostas entre aqueles que buscam por uma voz representativa e inclusiva dentro do sistema político.


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