Brasil volta a ultrapassar mais de mil pontos de incêndio por dia
O Brasil voltou a ultrapassar a marca de mil focos de incêndio em um único dia, segundo informações divulgadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) nesta quarta-feira (23).
De acordo com os dados do sistema BDQueimadas, na última segunda-feira (21) foram registrados 369 pontos de incêndio, mas o número disparou para 1.482 focos nesta terça-feira (22).O Cerrado foi a região mais atingida, concentrando 602 focos de incêndio, o equivalente a 40,6% do total.
Apesar de liderar as estatísticas, o bioma não é o único prejudicado pelas queimadas. Dos seis biomas brasileiros, cinco estão sofrendo com os incêndios: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Pantanal e Mata Atlântica. Apenas o Pampa, até o momento, está livre das chamas.
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Estados mais afetados
Os estados mais impactados pelas queimadas nesta terça-feira foram o Maranhão, com 647 focos; o Pará, com 226; e o Piauí, com 197. Esses números refletem o agravamento da situação em áreas que já sofrem com a seca severa e a expansão descontrolada do fogo.
Seca intensifica a situação
O ano de 2024 tem sido crítico em relação às queimadas no Brasil, potencializadas pela forte estiagem. Somente no mês de setembro, o país registrou 83.157 focos de incêndio, tornando-se o pior setembro desde 2010, quando o número atingiu 109.030.
Já em outubro, até o momento, o número de focos de incêndio chega a 24.070, e a tendência é de crescimento.
Escassez hídrica agrava o cenário
Além das queimadas, a seca prolongada tem gerado impactos significativos nos corpos d’água de diversas regiões do país. De acordo com a Agência Nacional das Águas e Saneamento Básico (ANA), importantes rios, como o Madeira e o Purus, no Amazonas, e o Tapajós e o Xingú, no Pará, estão em situação crítica de escassez. O Pantanal, uma das regiões mais afetadas pelas queimadas, também enfrenta baixa severa nos níveis hídricos da bacia hidrográfica do Paraguai.
Com as condições climáticas adversas e a falta de chuvas, as autoridades ambientais enfrentam desafios crescentes para controlar os focos de incêndio, que ameaçam não apenas a biodiversidade brasileira, mas também a saúde das populações locais e o equilíbrio dos ecossistemas.
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