Vaza Toga: Alexandre de Moraes usou alegações falsas para censurar e se defender


Um processo sigiloso de 2022 envolvendo o então deputado estadual Homero Marchese, do Paraná, revelou erros e alegações falsas feitas pela equipe do ministro Alexandre de Moraes, que utilizou informalmente o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF). 

A informação foi divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo em 21 de agosto e foi chamada de "Vaza Toga" pelo O Antagonista.

De acordo com a reportagem, o gabinete de Moraes solicitou ao TSE a investigação de Marchese em 12 de novembro de 2022, após o término das eleições. 

A postagem em questão, atribuída a Marchese, era um panfleto convocando a comunidade brasileira nos Estados Unidos para um evento em Nova York, onde ministros do STF estariam presentes. Uma terceira pessoa compartilhou a publicação e adicionou a expressão "máfia brasileira", que foi utilizada como base para processar Marchese.

Além da atribuição incorreta da postagem, o pedido de investigação foi registrado como uma denúncia "anônima" pelo TSE, apesar de ter sido solicitado diretamente pelo gabinete de Moraes. A assessoria do ministro não se manifestou sobre o caso.

O juiz instrutor Airton Vieira, do gabinete de Moraes no STF, e Eduardo Tagliaferro, então chefe do grupo de combate a fake news do TSE, foram os principais envolvidos no processo. 

Mensagens de WhatsApp entre os dois mostram a comunicação sobre a investigação e a decisão de bloquear as páginas de Marchese nas redes sociais, sem que o Ministério Público fosse consultado ou a Polícia Federal fosse acionada para diligências.

O caso revela a complexidade e as controvérsias envolvendo o uso do TSE em inquéritos no STF, especialmente no que diz respeito à censura e à proteção dos ministros do Supremo.


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