Ciro Gomes critica inquéritos de Alexandre de Moraes no STF: “Está simplesmente produzindo nulidade”; ASSISTA

Ciro Gomes e Alexandre de Moraes Fotos: EFE/Fernando Bizerra | Gustavo Moreno/SCO/STF

O ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes (PDT) fez duras críticas, nesta quarta-feira (21), à condução dos inquéritos criminais relatados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Para Ciro, a forma como Moraes está conduzindo as apurações é irregular, e pode acabar resultando na impunidade dos envolvidos.

Em um vídeo publicado no Instagram, Ciro questionou não apenas o uso do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) fora do procedimento adequado para produzir provas contra os alvos dos inquéritos das fake news e das milícias digitais, como também toda a gestão das investigações por parte de Moraes, desde a abertura do inquérito das fake news em 2019.

Fazendo uma analogia com o futebol, Ciro criticou o ministro por desempenhar, ao mesmo tempo, os papéis de parte interessada, relator e juiz dos inquéritos. "Ele bate lateral, faz o gol de cabeça, como juiz, valida, mesmo havendo uma reclamação de impedimento, e ele mesmo faz a análise no VAR. Como é ele [Moraes] o agredido, parece que está perdendo a isenção e o distanciamento," afirmou o ex-presidenciável.

Ciro também criticou a longa duração do inquérito das fake news, que já deveria ter sido concluído, segundo ele. A investigação, que não tem prazo para ser finalizada, poderia, na opinião de Ciro, levar à "impunidade dos malfeitores".

“Desde 2019, Moraes resolveu transformar esse inquérito numa coisa que não tem fim, no inquérito do fim do mundo. Isso, data máxima vênia (com o devido respeito), não é direito. É incorreto. Está simplesmente produzindo nulidade para, inclusive, garantir a impunidade dos malfeitores,” declarou Ciro, criticando também a abertura do inquérito, que foi responsabilidade do então presidente do STF, Dias Toffoli, e que designou Moraes como relator.

Ciro concluiu sua crítica mencionando que as mensagens reveladas recentemente pela Folha de S.Paulo, nas quais Moraes teria pedido a produção de relatórios fora do rito oficial, são mais uma irregularidade no processo. "Isto tudo é nulo. Tudo isso vai garantir a impunidade dos grandes canalhas que agrediram os ministros [do STF]," afirmou Ciro Gomes.

Ele também reprovou a justificativa apresentada por Moraes, que alegou que, se seguisse o rito oficial, precisaria se auto-oficiar, o que considerou “esquizofrênico”. "Não importa que ele considere esquizofrênico isso, porque vão se passar anos daqui até o julgamento e esses ofícios é que ficarão com a memória das tramitações. Isto tudo enfraquece, diante da opinião pública, a autoridade que precisamos que seja amada, mais do que respeitada, pelo povo brasileiro," finalizou Ciro.

Com informações da Agência Estado