Desastre Econômico: Focus aumenta pessimismo para Selic, Inflação, Dólar e PIB


 

O Banco Central (BC) divulgou nesta segunda-feira (20/5) o mais recente Relatório Focus, que revela um cenário de deterioração nas estimativas dos principais indicadores econômicos do país. 

Segundo a pesquisa semanal realizada pelo BC com cerca de 150 analistas do mercado financeiro, houve um aumento nas projeções para a inflação, o dólar e a taxa básica de juros, a Selic. Em contrapartida, as previsões para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foram revisadas para baixo.

Os analistas elevaram a estimativa da inflação, refletindo preocupações com o aumento dos preços e seu impacto no poder de compra da população.

 A expectativa para o valor do dólar também subiu, indicando uma possível desvalorização do real frente à moeda norte-americana. 

Além disso, a previsão para a taxa Selic foi ajustada para cima, sugerindo que o Banco Central pode optar por aumentar os juros como medida para conter a inflação.

Por outro lado, a revisão para baixo na previsão do PIB aponta para um cenário de crescimento econômico mais fraco do que o anteriormente esperado. Essa combinação de fatores desenha um quadro desafiador para a economia brasileira nos próximos meses, com possíveis impactos negativos sobre o consumo, o investimento e o emprego.

Disparada da Selic

No caso da Selic, a projeção para 2024 ficou em 10,00%. Hoje, a taxa está em 10,50%, ou seja, para os analistas, ela só será reduzida em 0,50 ponto percentual até o fim deste ano. O mercado também aumentou a previsão da taxa para 2027, que passou de 8,63% para 9,00% ao ano.

A estimativa para os juros básicos sofreu forte reversão há pouco mais de um mês. A partir de 22 de dezembro e durante as 16 semanas seguintes, o mercado manteve a previsão em 9,00% ao ano para 2024. Há cinco semanas, no entanto, os técnicos aumentaram o número para 9,13% e, a seguir, para 9,50%. Depois, ele passou para 9,63% e 9,75%.

Avanço das incertezas

A elevação das estimativas para a taxa básica de juros, a Selic, reflete o aumento das incertezas econômicas tanto no cenário internacional quanto no doméstico. No exterior, a perspectiva de redução dos juros nos Estados Unidos em curto prazo se tornou cada vez mais distante, influenciando as expectativas dos analistas financeiros.

No cenário interno, as dúvidas se intensificaram após o anúncio do governo Lula, no mês passado, sobre a mudança da meta fiscal para os anos de 2025 e 2026. Esse ajuste gerou incertezas sobre a trajetória fiscal do país, impactando negativamente as previsões econômicas.

Devido a esse contexto, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu o ritmo de cortes dos juros na última reunião, realizada nos dias 7 e 8 de maio. Durante o encontro, a taxa Selic foi reduzida em apenas 0,25 ponto percentual, refletindo a cautela da autoridade monetária diante do cenário de incertezas econômicas.

Mais inflação

De acordo com o Focus, as previsões para a inflação também subiram tanto para 2024 (pela segunda vez seguida) como para 2025 (pela terceira vez consecutiva). Agora, o mercado projeta que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, deve terminar o ano em 3,80%, ante 3,76% na semana passada. Para 2025, a estimativa foi de 3,66% para 3,74%.


Dólar retoma alta

Os analistas consultados pelo BC voltaram a aumentar a previsão do dólar para 2024, que permaneceu estável por duas semanas. De acordo com as novas projeções, a moeda americana deve terminar o ano em R$ 5,04. Antes disso, o valor previsto vinha sendo mantido em R$ 5,00.

PIB reverte tendência

No último Relatório Focus, os analistas reduziram a previsão do Produto Interno Bruto (PIB) para 2024. Ela passou de 2,09% para 2,05%. A perspectiva do PIB deu uma arrancada por cerca de dez semanas seguidas. Há pouco mais de um mês, ela estava em 1,85%. Até fevereiro, permaneceu estável em 1,60%. Agora, esse tendência de alta sofreu sua primeira reversão.


Relatório Focus

O Relatório Focus resume as expectativas de mercado coletadas até a sexta-feira anterior à sua divulgação. A partir desta semana, segundo o Banco Central, ele voltará a ser publicado às segundas-feiras.


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