CCJ do Senado aprova a volta da cobrança do Dpvat proposto pelo governo Lula
Comissão de
Constituição e Justiça deu 15 votos favoráveis e 11 contra o projeto de lei que
restabelece o seguro obrigatório para carros e motos
A CCJ
(Comissão de Constituição e Justiça) do Senado aprovou, nesta 3ª feira (7.mai),
o projeto de lei complementar 233 de 2023, que institui o seguro obrigatório
para carros e motos, conhecido como Spvat (Seguro Obrigatório para Vítimas de
Acidentes de Trânsito). Agora, o texto segue para votação do plenário da Casa
Alta.
O Spvat é
uma reedição do Dpvat (Danos Pessoais por Veículos Automotores Terrestres). O
texto, de origem do Executivo, estava na pauta da CCJ de 3ª feira passada
(30.abr), mas os senadores pediram mais tempo para analisar o projeto, o que
adiou a votação.
Se a volta
do seguro for aprovada pelo plenário, o Executivo deve receber um crédito
antecipado de R$ 15 bilhões. Parte desse montante é usado na negociação sobre o
veto de R$ 5,6 bilhões de emendas vetadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT).
Governistas
tentam liberar ao Congresso R$ 3,6 bilhões com os valores do Dpvat. A divisão é
de R$ 2,4 bilhões para os deputados e R$ 1,2 bilhão para os senadores.
Além disso,
o governo busca mitigar o impacto fiscal trazido com a prorrogação do Perse
(Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos), aprovado pelo Senado em
30 de abril. O programa custará ao governo R$ 15 bilhões pelos próximos 3 anos,
encerrando em 2026.
A oposição
afirma que o artigo do projeto de lei que abre espaço orçamentário é um jabuti,
um trecho da lei que não diz respeito à proposta original. “Quer fazer mais um
remendo no arcabouço fiscal? Façam este remendo por projeto de lei, pela
tramitação legislativa normal”, disse Carlos Portinho (PL-RJ), líder da
Oposição no Senado, que orientou que seu partido votasse contra.
Segundo o
relator da proposta e líder do Governo no Congresso, Jaques Wagner (PT-BA), o
Spvat deve custar, em média, de R$ 50 a R$ 60 por ano. “Um seguro solidário
para aqueles que se acidentam e não têm seguro privado contratado”, afirmou
durante a sessão extraordinária da comissão desta 3ª feira.
Senadores
contrários à proposta afirmaram que um novo seguro é desnecessário para quem já
paga o serviço particular. “Porque nós não criamos um seguro só para quem não
tem? Sejamos razoáveis: o seguro é importante, mas quem já tem uma apólice
deveria estar desobrigado”, afirmou o senador Carlos Viana (Podemos-MG).
Os
defensores da medida argumentaram, na sessão na comissão, que a proposta serve
para proteger os pedestres e os ciclistas que, eventualmente, sejam vítimas de
um acidente de trânsito.
“O impacto
dos acidentes de trânsito no SUS (Sistema Único de Saúde) é de R$ 50 bilhões.
Sem contar os danos estruturais no seguro viário”, afirmou o senador Fabiano
Contarato (PT-ES). Ele afirma que, quando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)
extinguiu o seguro, a contribuição feita pelos motoristas era de R$ 12 para
motos e R$ 5,50 para carros.
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