Queda de popularidade Lula é reflexo de sua mediocridade, diz Estadão
Em editorial publicado na edição deste domingo, 10, o jornal O Estado de S. Paulo analisa a “corrosão visível da popularidade” de Lula. Citado três recentes pesquisas —Genial/Quaest, Atlas Intel e Ipec —, o jornal afirma que Lula deve estar um tanto aflito porque os resultados mostram que o petista tem uma enorme dificuldade de conquistar os eleitores que o rejeitaram em 2022 e, ao mesmo tempo, “começa a enfrentar problemas também para satisfazer os eleitores que em geral o apoiam”.
A pesquisa Atlas
mostra que o número de brasileiros que reprovam o governo é maior do que
aqueles que o aprovam. A Genial/Quaest revela que a diferença entre a aprovação
e a desaprovação é a menor da série histórica. E na sondagem do Ipec, a curva
de desaprovação é ascendente, inversa à da aprovação, no pior resultado radiografado
pelo instituto desde o início do governo.
Para o jornal, a
queda de popularidade de Lula até mesmo entre a faixa na qual ele tinha apoio
majoritário pode estar ligada à falta de projetos significativos para o país e
à ausência de bons resultados.
“Pode-se especular
que o encolhimento lulista seja fruto em parte da ausência de grandes marcas
deste terceiro mandato. Mesmo não exuberante, o País vai relativamente bem na
economia — com crescimento razoável, inflação sob controle e emprego num bom
nível —, mas o governo carece de uma identidade clara e está longe de
apresentar bons resultados em áreas-chave como segurança pública, educação e
saúde. Em uma palavra: é medíocre”, critica o Estadão.
O jornal também lembra que embora Lula tenha prometido união e pacificação, ele acaba inflamando a polarização, “sobretudo por culpa do próprio petista, cuja natureza é essencialmente autoritária”. “Bastou um minuto de governo para Lula esquecer o espírito de frente ampla que ancorou sua vitória, concentrando suas atenções sobretudo nos devotos de sua seita, que vibra toda vez que ele hostiliza o Ocidente e os EUA e elogia as ditaduras de esquerda da América Latina”, lembra o jornal.
O Estadão afirma
que o risco é Lula, para reverter a baixa popularidade, “recorrer aos seus
habituais métodos eleitoreiros para tentar recuperar o apoio perdido”. Ele já
deu uma amostra do que poderá fazer na última semana, quando, ao falar sobre o
aumento da arrecadação, pediu mais “liberdade” para gastar “em benefício do
povo”. “Eis aí a fórmula clássica dos demagogos — especialmente aqueles que
sentem a popularidade escorrer por entre os dedos”, finaliza o jornal.
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