Partido de aliado de Bolsonaro quadruplica bancada em Portugal após eleições em cédulas de papel
André Ventura, presidente do Chega |
Sigla de direita
saltou de 12 para 48 deputados e se consolidou como a terceira força política
do país
As eleições
legislativas deste domingo (10) em Portugal trouxeram ótimas notícias para o
partido conservador e de direita Chega, que tem como principal expoente o
deputado André Ventura, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e crítico
ferrenho ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A sigla quadruplicou sua
bancada, saindo de 12 para 48 parlamentares.
O Chega foi, de
longe, o maior vencedor do pleito português deste domingo, que aconteceu dois
anos antes que o previsto pelo calendário eleitoral em razão da renúncia do
ex-primeiro-ministro António Costa, que levou o Parlamento de Portugal a ser
dissolvido pelo presidente Marcelo Rebelo de Sousa.
Costa renunciou ao
cargo de premiê em novembro do ano passado, em meio a um escândalo de
corrupção, com batida da polícia na sua residência oficial e prisão de
funcionários do gabinete. Ele estava à frente do governo português desde 2015,
quando foi eleito por meio uma aliança inédita com a esquerda radical,
apelidada de “geringonça”, e cumpria o terceiro mandato no cargo.
RESULTADO
Até o início da
manhã desta segunda-feira (11), quando 99% das urnas já tinham sido apuradas e
226 das 230 vagas da Assembleia da República já estavam definidas, a Aliança
Democrática (AD), formada pelos partidos Social Democrata (PPD/PSD), Popular
(CDS–PP) e Popular Monárquico (PPM), conquistou o maior número de cadeiras, com
79 deputados.
Já a segunda maior
bancada eleita foi a do Partido Socialista, com 77 parlamentares. A sigla de
centro-esquerda, porém, teve uma redução considerável de sua relevância no
Parlamento, já que possuía 120 deputados até a última legislatura.
O Chega, por sua
vez, se consolidou como a terceira força política do Legislativo em Portugal,
saindo de 12 para 48 deputados. Vale ressaltar que, em 2019, quando disputou
sua primeira eleição, a sigla de direita só elegeu um deputado.
As outras 22 vagas
já definidas no Parlamento português até o início desta segunda ficaram
divididas entre os seguintes partidos: Iniciativa Liberal (8), Bloco de
Esquerda (5), Coligação Democrática Unitária (4), Livre (4) e
Pessoas-Animais-Natureza (1).
Apesar de a
apuração estar quase encerrada, restam ainda quatro cadeiras a serem definidas
na Assembleia da República. O que já se tem certeza, no entanto, é que nenhum
partido atingirá a marca de 116 deputados que o permitirá maioria absoluta da
Casa. Com isso, será necessária a formação de uma aliança para que um dos
partidos consiga garantir a governabilidade.
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