“Lula tinha que estar na cadeia”, diz decano da Lava Jato
Declaração foi feita pelo ex-procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima em entrevista ao Estadão
O ex-procurador da República Carlos Fernando dos Santos
Lima, aposentado do cargo desde 2018, não poupou palavras ao dizer que o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “tinha que estar na cadeia”.
Conhecido como “decano” da Lava Jato, Lima deu a declaração em uma entrevista
ao jornal O Estado de São Paulo.
– Lula é inocente? Não. Ele é inocente pela presunção da
inocência decorrente da anulação de todos os processos pelo Supremo Tribunal
Federal. Mas, se eu lembro bem, o TRF-4 disse que ele era culpado. Então, para
mim, Lula tinha que estar na cadeia – declarou.
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O ex-procurador participou de maneira intensa dos
primeiros anos da Lava Jato e, como membro mais experiente da força-tarefa
montada pelo Ministério Público Federal em Curitiba, foi um dos responsáveis
pelas estratégias que se tornaram célebres na operação, como os acordos de
delação e leniência.
Lima também foi signatário daquela que, provavelmente, é
uma das denúncias mais famosas da operação, a que levou o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) à condenação e à prisão por suspeita de receber
propinas da OAS na forma de um apartamento tríplex em Guarujá. Posteriormente,
a condenação foi revertida pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Na entrevista ao Estadão, além de defender a prisão de
Lula, o ex-procurador também comentou a postura do STF em relação à operação.
Na opinião dele, o Supremo estaria no centro do desmonte da operação e virou
“fonte de insegurança jurídica”.
– É um jogo muito
pesado os colaboradores investirem contra a colaboração. Alguns estão fazendo
isso porque não querem pagar as multas. E o que está acontecendo hoje é que
existem estruturas dentro do Judiciário jogando a favor da impunidade, jogando
a favor da destruição da Lava Jato – resumiu.
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