Zinho, miliciano mais procurado do Rio de Janeiro, se entrega à Polícia Federal e é transferido para presídio de segurança máxima
Chefe da maior
milícia da zona oeste do Rio de Janeiro e criminoso mais procurado do estado,
Zinho se entregou à Polícia Federal no domingo
O foragido Luis
Antonio da Silva Braga (foto em destaque), 44 anos, considerado o criminoso
mais procurado do estado do Rio de Janeiro, entregou-se e foi preso pela
Polícia Federal (PF) na noite desse domingo (24/12). Zinho, como é conhecido,
liderava a milícia que dominava a zona oeste da capital fluminense.
O miliciano tinha
ao menos 12 mandados de prisão em aberto e era considerado foragido desde 2018.
Ele acabou detido após tratativas entre advogados dele com a PF e a Secretaria
de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro.
Zinho se apresentou
aos policiais federais da Delegacia de Repressão a Drogas (DRE-PF/RJ) e do
Grupo de Investigações Sensíveis e Facções Criminosas (Gise/PF), na
superintendência regional da corporação.
Ele foi levado para
o Instituto Médico-Legal (IML) e, posteriormente, encaminhado ao sistema
prisional do estado. Depois, acabou transferido para o Complexo Penitenciário
de Gericinó, em Bangu, prisão de segurança máxima na zona oeste do Rio de
Janeiro.
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Em nota, a
Secretaria de Segurança Pública do estado informou que Zinho era considerado
“inimigo número um” do Rio de Janeiro e que comandava uma “máfia” que “parou” a
zona oeste da Cidade.
“Essa é mais que
uma vitória das polícias e do plano de segurança, mas da sociedade. A
desarticulação desses grupos criminosos, com prisões, apreensões e bloqueio
financeiro, e a detenção desse mafioso provam que estamos no caminho certo”,
afirmou governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro.
Funcionamento do
esquema
Com atuação em
especial na zona oeste da capital fluminense, Zinho havia sido alvo de operação
da PF e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), na última terça-feira
(19/12).
Ele era procurado
pelos crimes de associação criminosa e porte ilegal de arma de fogo. As
investigações da PF e do MPRJ que levaram à Operação Dinastia 2, desencadeada
na semana passada, revelaram que o miliciano explorava o setor da construção
civil por meio da cobrança de taxas para cada tipo de obra.
Grandes
empreiteiras eram obrigadas a pagar, todo mês, por construções em andamento e
até por obras executadas pela Prefeitura do Rio. Por meio do material
apreendido na 1ª fase da Operação Dinastia, em agosto de 2022, o Grupo de
Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MPRJ, descobriu que
o grupo cobrava “empréstimos” de empresários do ramo.
As investigações
verificaram que uma empresa havia sido montada para cuidar dos “controles de
pagamento”, da “dissimulação das cifras criminosas” e até do “embargo de obras,
em caso de inadimplemento”. A segunda etapa da operação ocorreu para desfazer o
núcleo financeiro da milícia.
À época, os órgãos envolvidos nas investigações identificaram as contas-correntes e as quantias depositadas, além de “toda a estrutura de imposição de taxas ilegais a grandes empresas e a pequenos comerciantes locais”.
Foi apurado que Zinho liderava a milícia que tinha o apelido dele no nome, o Bonde do
Zinho. O grupo surgiu após um processo que envolvia a participação de parentes
e trocas de comando em regiões dominadas pelos criminosos.
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