Reino Unido envia navio de guerra para a Guiana em resposta as ameaças do ditador Nicolás Maduro


O Reino Unido decidiu enviar um navio de guerra para a Guiana, a ex-colônia britânica, em meio à tensão com a ditadura venezuelana de Nicolás Maduro devido à disputa na região de Essequibo. A informação foi divulgada neste domingo, 24, pelo Ministério da Defesa britânico. A decisão foi tomada mesmo após a reunião entre Maduro e o presidente da Guiana, Irfaan Ali, em 14 de dezembro, para discutir a longa disputa territorial. Segundo a BBC, o navio patrulha HMS Trent, atualmente ancorado no Mar do Caribe para combater o tráfico de drogas, será destacado logo após o Natal.

O navio participará de exercícios militares na Guiana, em sinal do apoio de Londres a Georgetown. A controvérsia entre os dois países sobre esta região remonta ao final do século XIX, quando ambos reivindicaram a posse. Atualmente, é a Guiana que exerce o controle efetivo sobre Essequibo, graças ao Sentença Arbitral de Paris de 1899.

Nesta premiação, mediadores internacionais concederam soberania sobre a região aos britânicos, que governavam a colônia da Guiana na época. A área é rica em petróleo. A Venezuela afirma ter perdido o território em 1899 devido à sentença, que considera nula e sem efeito desde 1962, quando denunciou supostas irregularidades no procedimento perante a ONU.

Em 1966, foi assinado o Acordo de Genebra, no qual o Reino Unido admitiu a existência de uma disputa pelo território de Essequibo. Nesse mesmo ano, a Guiana tornou-se independente, iniciando um período de negociações diretas com a Venezuela. Não houve acordo sobre esta disputa ao longo dos anos e as tensões aumentaram nas últimas semanas devido a um referendo realizado pela Venezuela no início de dezembro.

Na votação, cerca de 95% dos cidadãos venezuelanos declararam-se a favor da anexação da área e da criação de um estado venezuelano em Essequibo, concedendo a cidadania venezuelana à sua população e incorporando esse estado ao território venezuelano.


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