Governo Lula destrói mais de R$ 1 bilhão em vacinas vencidas em 2023 — maior parte é de Covid-19

Brasília, 18 de dezembro de 2023 - Até o início de novembro deste ano, o governo federal brasileiro se viu diante de uma preocupante realidade: a destruição de mais de 7 milhões de frascos e ampolas de vacinas, totalizando uma perda financeira superior a R$ 1,037 bilhão. Este montante é quase três vezes maior do que o registrado no ano anterior, quando o desperdício atingiu a marca de R$ 386 milhões.

Os dados alarmantes foram revelados pelo Ministério da Saúde por meio da Lei de Acesso à Informação, e a Agência de notícias Itatiaia obteve acesso exclusivo ao documento que evidencia a extensão do problema. Entre as razões para esse preocupante cenário está a expiração do prazo de validade das vacinas, sendo que a maior parcela do desperdício recai sobre as vacinas contra a Covid-19. Um impactante total de mais de 5,67 milhões de frascos dessas vacinas foram perdidos e incinerados, representando um prejuízo avaliado em R$ 1 bilhão.

O levantamento abrange diversas outras vacinas importantes, como a BCG (contra a tuberculose), DTP (contra difteria, tétano e coqueluche) e a hexavalente (proteção contra difteria, tétano, coqueluche, poliomielite, meningite por Haemophilus influenzae tipo b e hepatite B), além das específicas para febre amarela, cólera e raiva animal.

De janeiro a novembro de 2023, foram incinerados 7.038.000 frascos e ampolas de 132 lotes diferentes, totalizando um valor de R$ 1.037.815.622,06. Comparativamente, em 2022, ao longo do ano inteiro, foram destruídos 3.732.382 frascos e ampolas de vacinas, totalizando R$ 386.874.107. No ano de 2021, o desperdício alcançou 1.579.381 frascos, somando R$ 88.156.847,32. O primeiro ano da pandemia de Covid-19, em 2020, testemunhou a incineração de 4.134.097 frascos, equivalendo a um custo de R$ 22.066.893,29.

Esses números ressaltam a urgência de uma gestão mais eficaz no armazenamento e distribuição de vacinas, bem como a necessidade de estratégias para evitar o vencimento de doses, especialmente em meio à atual crise sanitária global. O desperdício de recursos dessa magnitude representa não apenas um impacto financeiro considerável, mas também um entrave significativo para os esforços de imunização da população.

 

Confira abaixo, os detalhes das vacinas incineradas em 2023 (até novembro);

• Sars-COV2 (Covid-19): 5.679.139 frascos, de 110 lotes (R$ 1,006 bilhão);

• Tríplice (DTP): 555.889 frascos, de seis lotes (R$ 6,58 milhões);

• Febre amarela: 388.763 frascos, de sete lotes (R$ 7,98 milhões);

• Raiva cultura celular: 256.754 frascos, de três lotes (R$ 11,33 milhões);

• Dupla Adulto: 105.408 frascos, de quatro lotes (R$ 534 mil);

• Varicela: 35 mil frascos, de um lote (R$ 3,08 milhões);

• Raiva canina: 34.756 frascos, de quatro lotes (R$ 824 mil);

• Tetra Viral: 14.985 frascos, de um lote (R$ 864,3 mil);

• BCG intradérmico: 2.400 ampolas, de quatro lotes diferentes (R$ 43,4 mil);

• Cólera: 1.943 frascos e ampolas, de um lote (R$ 19,9 mil).