Rachadinha: Deputados acusa Janones de improbidade e pede cassação
Parlamentares irão entrar com uma representação contra Janones no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados
Parlamentares já começaram a se articular para um pedido de cassação do mandato de André Janones (Avante-MG). Um áudio no qual o deputado federal cobra parte dos salários dos assessores para pagar suas despesas pessoais veio à tona nesta segunda-feira, 27, e já é um dos assuntos mais comentados nos bastidores da política nacional.
Em seu perfil no Twitter/X, o deputado federal
Nikolas Ferreira (PL-MG) disse que conversou sobre o assunto com o líder do seu
partido, Altineu Côtes.
Eles pretendem apresentar no Conselho de Ética da
Câmara dos Deputados uma representação contra Janones pela “prática de rachadinha”
em seu gabinete, o que Nikolas chamou de “corrupção”. “Em áudio publicado por
Metrópoles, ele assume claramente a prática de desvio dos horários de seus
servidores”, ressaltou o parlamentar.
Além disso, Nikolas avisou que a oposição também
apresentará uma notícia-crime à Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre
essa situação.
LEIA TAMBÉM:
“Sua cassação é apenas uma questão de tempo”, assegurou Nikolas.
Acabei de conversar com o líder do PL, Deputado @Altineu, para que seja apresentada no Conselho de Ética uma representação contra o André Janones pela prática de rachadinha em seu gabinete, ou seja, corrupção. Em áudio publicado pelo metrópoles, ele assume claramente a prática de…
— Nikolas Ferreira (@nikolas_dm) November 27, 2023
Líder da oposição na Câmara, Carlos Jordy também se
manifestou nas redes sociais sobre o vazamento do áudio do deputado do Avantes.
“Janones é gravado admitindo que faz rachadinha e assume em áudio que seus assessores vão ganhar um pouco mais para repassar valores para ele”, relatou o deputado federal pelo PL. “Cassação é pouco para ele”.
Janones é gravado admitindo que faz rachadinha. Ele assume em áudio que seus assessores vão ganhar um pouco mais para repassar valores para ele. Cassação é pouco para ele! pic.twitter.com/2yHXB4ReLL
— Carlos Jordy (@carlosjordy) November 27, 2023
Parlamentares como Luiz Philippe de Orleans e
Bragança (PL-SP) e Gustavo Gayer (PL-GO) também publicaram o áudio na íntegra.
Repercussão na internet
O nome de Janones está no topo dos assuntos mais
comentados no Twitter/X, com cerca de 50 mil publicações, até às 11 horas desta
quarta-feira.
Embaixador nacional do Partido Novo, Deltan
Dallagnol levantou a pauta em sua conta da rede social.
“Na democracia relativa de Lula, um de seus maiores aliados confessa, em áudio, sua corrupção relativa: pede parte dos salários dos assessores para um esquema de rachadinha, mas diz que não é corrupção”, escreveu Dallagnol.
Na democracia relativa de Lula, um de seus maiores aliados confessa, em áudio, sua corrupção relativa: pede parte dos salários dos assessores para um esquema de rachadinha, mas diz que não é corrupção.
— Deltan Dallagnol (@deltanmd) November 27, 2023
Cassação do Janones: eu autorizo! https://t.co/N3ThcOGO4M
Entenda o caso
O deputado federal André Janones se reuniu com seus
assessores para reivindicar parte do salário deles para si. O dinheiro seria
para pagar as despesas pessoais do parlamentar, como casa, carro, poupança e
previdência.
Na gravação, Janones tenta convencer seus
assessores a entregarem a quantia afirmando que teve seu patrimônio “todo
dilapidado”. Ele afirma ainda que não é justo que seus assessores recebam 100%
do próprio salário sem que o ajudem a cobrir suas despesas de campanha.
“Eu perdi uma casa de R$ 380 mil, um carro, uma poupança de R$ 200 mil e uma previdência de R$ 70 (mil)”, enumerou. “Eu acho justo que essas pessoas também participem comigo da reconstrução disso”.
O áudio foi gravado em fevereiro de 2019, pelo
jornalista Cefas Luiz, ex-assessor de Janones. Ele pretende levar a gravação à
Polícia Federal, assim como outras provas de irregularidades que ele garante
ter. “Sei de muita coisa que acontecia por lá”, afirmou Cefas.
Em 2021, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
definiu que a prática da “rachadinha” – apropriação de parte do salário de
servidores – configura enriquecimento ilícito e dano ao patrimônio público. Com
a prática, o político corre o risco de se tornar inelegível.
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