Preço das passagens áreas sobe 37% em dois meses
O item subiu 23,7% em outubro na comparação com o
mês anterior e acumula alta de 37,17% nos últimos dois meses
A alta nos preços das passagens áreas representou o
maior impacto individual no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA), indicador que é a inflação oficial do Brasil, de outubro, segundo dados
divulgados nesta sexta-feira, 10, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). A inflação geral de outubro avançou para 0,24%, abaixo das
expectativas do mercado financeiro.
O item do índice subiu 23,7% em outubro na comparação com o mês anterior e acumula alta de 37,17% nos últimos dois meses. Em agosto, as passagens áreas tiveram queda expressiva de 11,69% após alta de 4,97% em julho. No acumulado do ano, as passagens áreas subiram 13,53%, e, nos últimos 12 meses, tiveram alta de 3,31%. Apesar de estar em os 30 itens que mais subiram em 2023, as passagens não apresentaram um aumento relevante nos últimos 12 meses, o que mostra a volatilidade dos preços nos últimos meses.
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Segundo o gerente do IBGE, André Almeida, a alta pode ter relação com preço dos combustíveis e questões sazonais. “É o segundo mês seguido de alta das passagens aéreas. Essa alta pode estar relacionada a alguns fatores como o aumento no preço de querosene de aviação e a proximidade das férias de fim de ano”, explica.
Em outubro, a Petrobras aumentou em 5,3% o preço
médio do querosene de aviação (QAV) às distribuidoras. O número representou um
acréscimo de R$ 0,22 por litro. Esse foi o segundo aumento consecutivo, pois em
setembro a estatal aumentou o valor do combustível em 21,4%, alta de R$ 0,74
por litro. A alta no preço do QAV se refletiu na tarifa de passagens, uma vez
que o combustível com valor maior encarece os custos operacionais das
companhias áreas.
Grupo de transporte teve maior alta
O aumento das passagens influenciou o resultado do
grupo de transportes, que subiu 0,35% no mês, e tem o maior peso na variação
mensal do IPCA. Além da tarifa área, os subitens táxi (1,42%) e óleo diesel
(0,33%) subiram no mês. Dentro dos combustíveis, os preços da gasolina, do gás
veicular, e do etanol tiveram deflação em outubro. “A gasolina é o subitem de
maior peso entre os 377 da cesta do IPCA. Essa queda em outubro foi o maior
impacto negativo no índice (-0,08 p.p) e contribuiu para segurar o resultado do
grupo de transportes”, diz o gerente.
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