Lucro da Petrobras despenca 42% no 3º trimestre, pior lucro desde a pandemia
A Petrobras (PETR4) reportou um lucro líquido de R$ 26,625 bilhões no terceiro trimestre de 2023, queda de 42,2% na comparação com o lucro do mesmo trimestre de 2022 e 7,5% menor do que o resultado do segundo trimestre deste ano.
Em base ajustada, excluindo eventos não
recorrentes, o lucro líquido da Petrobras totalizou 27,226 bilhões, uma queda
de 41,5% em base anual e 7,3% na trimestral.
A queda no lucro no 3T23 da Petrobras em base anual
é explicada, em parte, pelo fato de o petróleo Brent ser negociado no mercado
internacional a uma base de US$ 100 o barril um ano atrás, contra US$ 86 o
barril no terceiro trimestre deste ano. Além disso, o dólar era cotado a R$
5,25 em média um ano atrás, contra R$ 4,88 no último trimestre.
A receita líquida da Petrobras recuou 26,6% no
terceiro trimestre em base anual, totalizando R$ 124,828 bilhões, mas aumentou
9,7% na comparação trimestral, explicada, em parte, pelo aumento de 11% do
preço do petróleo Brent e pelas maiores vendas no mercado interno e exportações
de derivados.
O lucro antes de juros, impostos, depreciações e
amortizações (Ebitda) ajustado totalizou 66,188 bilhões no período, o Ebitda da
Petrobras, registrou queda de 27,6% em um ano e alta de 13,2% na comparação trimestral.
A dívida líquida da Petrobras diminuiu 7,9% em um
ano, anotando o trimestre encerrado em setembro o total de R$ 43,725 bilhões. A
dívida bruta ficou sob controle em US$ 61 bilhões, mesmo após o aumento dos
arrendamentos com a entrada em operação da plataforma marítima afretada Anita
Garibaldi.
O prazo médio da dívida líquida caiu para 11,4 anos
ao fim de setembro, ante 12,1 anos ao fim de junho. Já o custo médio dessa
dívida ficou em 6,5% ao ano, contra 6,6% ao ano três meses atrás, informou a Petrobras
nesta quinta-feira, 9.
Com isso, a relação entre endividamento líquido e o
Ebitda ajustado ficou em 1,15x em 30 de setembro, ante 1,02x ao fim de junho.
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O fluxo de caixa operacional (FCO) atingiu US$ 11,6
bilhões (R$ 56,52 bilhões) no terceiro trimestre. Este foi o quarto maior FCO
da história da companhia, destaca o relatório. Mas ainda ficou 10,6% abaixo do
registrado no mesmo período de 2022, e 18,4% acima daquele do segundo trimestre
deste ano.
Já o fluxo de caixa livre totalizou R$ 40,9 bilhões
entre julho e setembro, sendo 22,7% inferior ao de um ano atrás, mas 23% acima
do registrado no trimestre imediatamente anterior.
No terceiro trimestre, os investimentos da
Petrobras totalizaram US$ 3,4 bilhões, 4,7% acima do segundo trimestre. Nos
primeiros nove meses do ano, os investimentos totalizaram US$ 9,1 bilhões, um
crescimento de 31% em relação aos mesmos nove meses de 2022.
“Mesmo com o cenário desafiador enfrentado pelo
mercado fornecedor no contexto inflacionário pós-pandemia, que influenciou a
capacidade de suprimento da demanda crescente de recursos críticos para a
indústria de óleo e gás, projetamos encerrar o ano com patamar de US$ 13
bilhões de investimentos, sem comprometer a meta de produção planejada para
2023”, diz o comunicado da empresa.
Receita de petróleo e derivados soma R$ 124 bi,
queda de 26% em um ano
As vendas de petróleo e derivados da Petrobras no
terceiro trimestre do ano foram 26,6% inferiores às registradas no mesmo
trimestre do ano passado, alcançando R$ 124,8 bilhões no total. O resultado foi
9,7% superior ao do segundo trimestre.
Em relatório, a Petrobras atribuiu essa alta na
margem à valorização de 11% do Brent e por maiores volumes de vendas de
derivados no mercado interno e de exportações de petróleo.
Segregando por produtos, a receita com derivados
ficou em R$ 75,6 bilhões no terceiro trimestre, 31,9% menor que a de um ano
atrás, mas 3,7% acima do segundo trimestre.
Segundo a Petrobras, na comparação com o trimestre
imediatamente anterior, o aumento de vendas de derivados no mercado interno foi
puxado pelo diesel. Houve, por exemplo, recorde de produção de diesel S10, que
chegou a 464 mil barris por dia. O produto respondeu por 62% das vendas de
diesel.
“Este efeito foi parcialmente compensado por menores
volumes de vendas de gasolina, que perdeu participação em relação ao etanol
hidratado no abastecimento dos veículos flex”, informou a companhia.
No fim das contas, 75% da receita com derivados
veio da comercialização de gasolina e diesel.
Entre julho e setembro, o Fator de Utilização (FUT)
médio das refinarias da companhia ficou em 96%, o maior para um trimestre em 9
anos.
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