Israel e Hamas fecham acordo para pausa no combate em troca de libertação de 50 reféns
Israel e Hamas fecham 1º grande acordo para
libertação de reféns na guerra
O acordo foi costurado durante semanas de conversas em Doha, no Qatar -país que acolhe os líderes do Hamas e faz a mediação ao lado dos Estados Unidos entre o grupo terrorista e Israel
Após vários dias de impasses e trocas de acusações na guerra que devasta a Faixa de Gaza, o governo de Israel e o grupo terrorista Hamas fecharam nesta quarta-feira (22) o primeiro grande acordo desde o início do conflito, no dia 7 de outubro, para o estabelecimento de uma trégua e a libertação de dezenas de reféns, segundo a mídia israelense.
Mais cedo, nesta terça-feira (21), o
primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, havia apelado para que seus
pares no poder -o mais à direita da história do país- votassem a favor de um
acordo com o Hamas que permitiria a libertação de ao menos 50 das cerca de 240
pessoas sequestradas pelo grupo terrorista durante a sua brutal incursão de 7
de outubro.
O premiê convocou de três reuniões seguidas para
tratar do assunto: uma com a cúpula de guerra, outra com nomes ligados à
segurança nacional, e, por fim, uma com todo o gabinete instituído a partir do
início do conflito, que tem 38 membros.
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Depois de apresentar a proposta, Netanyahu declarou que aprová-la era uma decisão difícil, mas correta. Além disso, afirmou que ela permitiria a Tel Aviv continuar a perseguir seu objetivo final com os enfrentamentos -exterminar o Hamas.
O acordo foi costurado durante semanas de conversas
em Doha, no Qatar -país que faz a mediação ao lado dos Estados Unidos entre o
grupo terrorista e Israel. Cerca de 240 pessoas foram capturadas pelo Hamas em
sua sangrenta incursão ao território israelense, quando 1.200 pessoas, a
maioria civis, foram assassinadas de forma indiscriminada, segundo contagem de
Tel Aviv.
Reféns levados pelo Hamas dia 7 de Outubro |
"O retorno dos reféns é uma ordem moral e
também parte integrante da resiliência que nos permite vencer a guerra",
disse Benny Gantz, membro do gabinete de guerra em Israel. "Estamos
fazendo todos os esforços para que retornem o mais rápido possível. Ao mesmo
tempo, continuaremos a lutar e a ficar de guarda até conseguirmos uma mudança
na realidade de segurança no sul [de Israel]."
Quatro reféns haviam sido libertadas pelo Hamas antes do acordo mais recente, também após mediação do Qatar. Em 20 de outubro, duas mulheres americanas foram soltas. Depois, no dia 23, mais duas mulheres, as primeiras israelenses, foram liberadas.
As negociações pela libertação de reféns têm sido
foco de tensão para o governo do premiê Binyamin Netanyahu em meio aos
bombardeios intensos em Gaza. Manifestantes pressionam o premiê em atos quase
diários que exigem mais esforços pela soltura das vítimas. No sábado (18), por
exemplo, familiares de pessoas sequestradas terminaram uma marcha de cinco dias
de Tel Aviv para a sede administrativa do país, em Jerusalém, na qual urgiram
às autoridades que façam "todo o possível para trazê-las de volta".
A despeito das negociações, autoridades israelenses
continuaram a subir o tom de suas acusações contra o Hamas. As IDF (Forças de
Defesa de Israel, na sigla em inglês) afirmaram nos últimos dias que militares
do país encontraram mais evidências de que o Al-Shifa -o maior hospital da
Faixa de Gaza, alvo de uma ofensiva israelense-- serve também como centro de
operações para o grupo terrorista, o que a facção nega. Essas informações não
puderam ser verificadas de forma independente.
Tropas israelenses invadiram o Shifa no último dia
14, numa ação que motivou novas críticas à ofensiva em Gaza. Desde o início da
guerra, vários líderes mundiais e representantes de organizações denunciam a
morte de civis e questionam a proporcionalidade dos ataques de Israel --em um
mês e meio, mais de 13 mil pessoas foram mortas no território palestino,
segundo o Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas.
Sob pressão interna e externa, o governo israelense
deu prosseguimento às negociações com as facções em Gaza, que chegaram a paralisar
após o Jihad Islâmico, segundo maior grupo armado palestino da Faixa de Gaza,
divulgar comunicado no qual manifestava insatisfação com a metodologia do
acordo.
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