URGENTE: Israel declara estado de guerra após ataque surpresa do grupo terrorista Hamas; ao menos 398 morrem
Primeiro-ministro Binyamin Netanyahu diz que grupo palestino pagará um 'preço sem precedentes'
O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, declarou guerra após o Hamas lançar um ataque surpresa e de grande escala neste sábado (7), numa ação que já é considerada uma das maiores ofensivas contra o país nos últimos anos. Ao menos 100 israelenses morreram, e autoridades dizem que o número de vítimas pode aumentar. Pouco depois, ao menos 198 palestinos foram mortos numa retaliação de Tel Aviv.
Em mensagem de vídeo, Netanyahu disse que o grupo extremista islâmico que controla a Faixa de Gaza pagará "um preço sem precedentes" pela ofensiva, que teria usado mais de 5.000 foguetes. "Estamos em guerra. Esta não é uma operação simples", afirmou.
A ofensiva surpresa, que acontece exatamente 50 anos após o início da Guerra do Yom Kippur, combinou a infiltração de homens armados em cidades israelenses com uma saraivada de foguetes, disparados da Faixa de Gaza. Segundo as Forças Armadas de Israel, dezenas deterroristas se infiltraram por terra, mar e ar, alguns dos quais com a ajuda de parapentes.
Trata-se de uma infiltração sem precedentes de um número desconhecido de homens armados do Hamas em Israel a partir de Gaza, e uma das mais graves escaladas no conflito israelo-palestino em anos. O último grande conflito entre Israel e Hamas foi uma guerra de 10 dias em 2021.
Pelo menos 100 israelenses foram mortos nos ataques, e outros 750 ficaram feridos, segundo os serviços de ambulâncias de Israel. Os números devem aumentar.
Também de acordo com a imprensa de Israel, cerca de
50 israelenses foram feitos reféns pelo Hamas no kibut de Beeri, próximo à
fronteira com a Faixa de Gaza. Para a emissora Al Jazeera, um dos líderes do
Hamas, Saleh Al-Arouri, afirmou que há vários oficiais entre os capturados.
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A imprensa israelense relatou tiroteios entre bandos de combatentes palestinos e forças de segurança em cidades do sul de Israel. O chefe da polícia de Israel disse que houve "21 cenas ativas" no sul de Israel, indicando a extensão do ataque.
Em Gaza, o barulho dos lançamentos de foguetes pôde
ser ouvido e os moradores relataram confrontos armados ao longo da cerca de
separação com Israel, perto da cidade de Khan Younis, no sul, e disseram ter
visto um movimento significativo de combatentes armados.
Também em Gaza, as pessoas correram para comprar mantimentos, antecipando os dias de conflito que se avizinham. Alguns deixaram suas casas e foram para abrigos.
O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, disse que "Israel vai ganhar esta guerra" e que as tropas do país estão lutando contra o inimigo em todos os locais. Ele autorizou a convocação de reservistas. Segundo o Exército, soldados israelenses já estão operando dentro de Gaza.
A imprensa de Israel informou que homens armados abriram fogo contra pedestres em Sderot, e imagens nas redes sociais pareciam mostrar confrontos nas ruas da cidade, bem como homens armados em jipes vagando pelo campo. "Fomos informados de que há terroristas dentro dos kibutz, podemos ouvir tiros", disse uma jovem chamada Dvir, do Kibutz Beeri, à Rádio do Exército Israelense, de seu abrigo antiaéreo.
Os meios de comunicação do Hamas exibiram vídeos do que seriam corpos de soldados israelenses trazidos para Gaza por combatentes, homens armados palestinos dentro de casas israelenses e percorrendo uma cidade israelense em jipes dos agressores. Também informaram que vários israelenses foram tomados como prisioneiros.
Yousef Abu al-Rish, principal autoridade de saúde
palestina em Gaza, disse que não havia um número preciso de vítimas, mas que
dezenas de palestinos foram mortos e centenas ficaram feridos nos ataques. A
maioria das vítimas resultou de tiroteios dentro de Israel, afirmou ele,
enquanto o restante ocorreu em ataques aéreos israelenses em Gaza.
Daniela Kresch, jornalista correspondente do
Instituto Brasil-Israel radicada em Tel Aviv, relata que a ofensiva deste
sábado é diferente de todas as anteriores. "É o primeiro ataque que
acontece simultaneamente por ar e por terra. O Hamas lançou milhares de
foguetes não apenas ao sul, mas também ao norte e ao centro do país, incluindo
Jerusalém."
Ainda de acordo com Kresch, o Hamas invadiu
comunidades israelenses que ficam na fronteira com Gaza, em Kibutzim, "onde
entraram pelas ruas, batendo nas portas e sequestrando cidadãos, incendiando
casas e ocupando a região com brutal violência".
Segundo diplomatas, nenhum dos cerca de 30 brasileiros que moram na Faixa de Gaza foi afetado.
O Consulado Geral de Israel em São Paulo diz em
comunicado que o ataque foi iniciado pelo Hamas sem qualquer pretexto ou ação
prévia por parte de Israel, e que a ofensiva ocorre "após um longo período
em que Israel tenta manter a calma na Faixa de Gaza, ao mesmo tempo que faz
grandes esforços para melhorar a situação civil na região".
"O Estado de Israel fará tudo para proteger os
seus cidadãos e não tem medo de uma ampla campanha em Gaza", afirma o
comunicado.
Líderes internacionais reagiram. O presidente francês, Emmanuel Macron, disse que condena os ataques contra Israel. "Expresso a minha total solidariedade às vítimas, às suas famílias e às pessoas próximas delas", escreveu Macron na rede social X, o antigo Twitter.
Ursula von der Leyen, a presidente da Comissão Europeia, afirmou no X que o ataque do Hamas contra Israel "é o terrorismo na sua forma mais desprezível" e que o país tem o direito de se defender. Josep Borrell, chefe da diplomacia da União Europeia, disse que "esta violência horrível deve parar imediatamente".
O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Tuerk, afirmou que o ataque está tendo um impacto "horrível" sobre os civis israelenses. "Os civis nunca devem ser alvo de ataques. Apelo ao fim imediato da violência e apelo a todas as partes e aos principais países da região para que reduzam a escalada para evitar mais derramamento de sangue", acrescentou.
Um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da
Casa Branca disse que os EUA "condenam inequivocamente" os ataques do
grupo islâmico Hamas e estão firmemente ao lado do governo e do povo de Israel.
A Rússia expressou preocupação. "Apelamos aos
lados palestino e israelita para que implementem um cessar-fogo imediato,
renunciem à violência, exerçam a contenção necessária e estabeleçam, com a
assistência da comunidade internacional, um processo de negociação destinado a
estabelecer uma paz abrangente, duradoura e há muito esperada no Oriente
Médio", disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Maria
Zakharova.
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