Invasão de Gaza está a ser adiada por questões estratégicas, diz exército de Israel
O chefe do Estado-Maior do Exército de Israel,
tenente-general Herzi Halevi, indicou hoje que a ofensiva terrestre à Faixa de
Gaza está a ser adiada por "considerações estratégicas", no 18.º dia
de guerra contra o movimento islamita Hamas.
Segundo afirmou o dirigente militar em conferência
de imprensa, o grupo palestiniano "lamentará" ter lançado o ataque
surpresa a Israel de 07 de outubro, que se saldou na morte de mais de 1.400
pessoas, na maioria civis, e na captura de 220 reféns, desencadeando o conflito
em curso.
Também prosseguem os bombardeamentos israelitas
sobre Gaza, que mataram já quase 6.000 palestinianos, 40% dos quais crianças,
22% mulheres e 5% idosos, de acordo com o Ministério da Saúde local.
Por seu lado, os combatentes palestinianos da Faixa
de Gaza -- enclave palestiniano pobre desde 2007 controlado pelo Hamas, grupo
classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia
e Israel - continuam a lançar projéteis para território israelita, e hoje
voltaram a soar os alarmes antiaéreos no centro do país e em Telavive.
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Com cerca de 360.000 reservistas convocados e uma
multidão de tropas mobilizadas em torno da Faixa de Gaza, uma das incógnitas
das últimas semanas tem sido a data em que ocorrerá a invasão terrestre, uma
coisa que é quase unanimemente dada como garantida, mas que primeiro parecia
iminente e agora está a ser adiada, enquanto Israel calcula todas as
implicações que terá.
"Preparámo-nos para isso. O Exército israelita
e o comando Sul prepararam planos ofensivos de qualidade para alcançar os
objetivos da guerra", disse hoje Halevi, assegurando que as tropas
"estão prontas para a operação".
Ainda assim, acrescentou que há questões
"táticas e estratégicas" que estão a atrasar a invasão, enquanto
Israel continua a atacar alvos do Hamas para "matar terroristas, destruir
infraestruturas e recolher informações secretas para a fase seguinte".
Segundo alguns órgãos de comunicação social, entre
as preocupações de uma operação terrestre estão as armadilhas que os
combatentes palestinianos poderão deixar, os combates num contexto de guerrilha
urbana num lugar que Israel não controla, ou os quilómetros de túneis
subterrâneos da Faixa de Gaza cuja existência desconhece, o que poderia causar
muitas vítimas mortais do lado israelita.
A isto acresce outra questão delicada, os pelo
menos 220 reféns que continuam em cativeiro em Gaza, um dos elementos que
poderá até agora ter impedido a ofensiva terrestre israelita.
De acordo com a imprensa israelita, os Estados
Unidos pediram ao Governo de Israel que adie um pouco mais a invasão e dê
prioridade à libertação dos reféns, entre os quais há crianças, mulheres e
anciãos, tanto israelitas como estrangeiros, incluindo vários cidadãos
norte-americanos.
Até agora, o Hamas libertou quatro reféns: uma
mulher e a filha, ambas norte-americanas, e duas idosas israelitas, na noite
passada.
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