Com Lula, Amazonas tem pior temporada de queimadas em duas décadas
A Amazônia enfrenta uma das piores crises de
queimadas das últimas décadas, com o estado do Amazonas no epicentro desta
emergência climática.
Até a quinta-feira (12), o estado registrou
alarmantes 1.664 focos de fogo ativos identificados por satélite, de acordo com
dados do Ministério do Meio Ambiente (MMA).
As causas dessa situação crítica são
multifacetadas. O MMA alega que o desmatamento acumulado no estado, a
influência do fenômeno El Niño e as mudanças climáticas agravaram a seca na
região em 2023.
Os municípios mais afetados, como Autazes e
Careiro, registram respectivamente 141 e 110 focos de fogo.
Em resposta a essa crise, a ministra do MMA, Marina
Silva, fez um apelo urgente à sociedade, instando a população a evitar fazer
mais queimadas na região, reconhecendo a importância de todos na prevenção
dessa emergência climática.
“É um cenário bastante preocupante e que, portanto, vai exigir do poder público e da sociedade, de um modo geral, uma ação de consciência ao que está acontecendo no mundo.
Não estamos vivendo mais as regularidades climáticas com as quais convivíamos. Esse diagnóstico foi feito há mais de 30 anos de que esse momento chegaria e, infelizmente, ele chegou”, destaca a ministra.
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Para lidar com as queimadas e a crise ambiental no
Amazonas, o governo federal anunciou uma série de medidas.
O Ibama enviará um reforço de 149 brigadistas, totalizando
289 brigadistas atuando no estado.
O governo prometeu disponibilizar dois helicópteros
para combater os incêndios no estado.
O ministro da Integração e Desenvolvimento
Nacional, Waldez Góes, comprometeu-se a enviar os recursos necessários para combater
a crise humanitária no Amazonas, onde a qualidade do ar na região metropolitana
de Manaus atingiu níveis alarmantes.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) recomendou o uso
de máscaras em Manaus devido à má qualidade do ar.
“A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que a qualidade do ar, no máximo, não ultrapasse 20 microgramas por metro cúbico (µg/m³).
Hoje estamos com Manaus com 225 µg/m³, então a situação é bem grave”, afirmou o presidente do Ibama, Ricardo Coutinho.
Essa crise climática desencadeou uma situação de
emergência em dezenas de municípios.
Até o momento, 55 municípios já declararam situação
de emergência devido às queimadas, e outros 5 estão em alerta para entrar em
emergência em breve.
Diante dessa emergência, o governo federal anunciou
planos para disponibilizar R$ 30 milhões para os municípios prioritários do
Amazonas, além de outros R$ 35 milhões do Fundo Amazônia para prevenção e
combate a incêndios na região.
O Amazonas enfrenta o pior outubro de queimadas dos
últimos 25 anos, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe).
A situação é alarmante, com números de queimadas
que podem duplicar se o ritmo atual de incêndios continuar. Em setembro e
outubro, mais de 9 mil queimadas ocorreram na região.
O mês de setembro, em particular, foi o que mais
registrou focos de calor em 2023, com quase 7 mil queimadas no Amazonas. O
total de queimadas no estado no ano já ultrapassa 17,5 mil.
Os municípios mais afetados, como Lábrea e Boca do
Acre, estão no sul do estado, região conhecida como “arco do fogo” devido à
forte presença da agropecuária.
Essa crise de queimadas afeta não apenas o meio
ambiente, mas também a qualidade de vida das populações locais, com Manaus, a
capital do estado, sofrendo os impactos da poluição do ar.
Em resposta a essa crise, o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva liderou uma reunião crucial por videoconferência na quinta-feira
(12) com seus ministros, onde a situação no Amazonas foi uma das principais
preocupações.
O governo federal está intensificando seus esforços
para enfrentar essa emergência climática, buscando soluções para lidar com as
queimadas e suas consequências devastadoras no Amazonas.
Além do Amazonas, o presidente Lula também dedicou
atenção às situações críticas em Santa Catarina, onde fortes chuvas têm causado
estragos significativos.
O compromisso do governo envolve a presença de
técnicos, secretários, ministros, repasses de recursos e diálogo com os estados
afetados.
“Hoje me reuni por videoconferência com ministros
para tratar da situação das fortes chuvas em Santa Catarina, bem como da seca e
das queimadas que afetam o Amazonas.
Assim como fizemos com o Rio Grande do Sul, temos
dedicado atenção especial a esses estados, com a presença de técnicos,
secretários, ministros, repasses de recursos e muito diálogo”, escreveu o
presidente em suas redes sociais.
Em resposta à emergência climática, o Ministro da
Justiça, Flávio Dino, autorizou o uso de agentes da Força Nacional em
municípios do Sul do Amazonas para combater as queimadas ilegais, incluindo
Humaitá, Apuí, Boca do Acre, Lábrea e Manicor.
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