Gilmar Mendes intimida PRF e ameaça extinguir instituição
Decano do STF disse que a PRF "merece ter a
sua existência repensada"
O decano do Supremo Tribunal Federal (STF),
ministro Gilmar Mendes, ao se manifestar, neste sábado (16), sobre a morte da
menina Heloisa dos Santos Silva, de apenas 3 anos, após ser baleada por agentes
da Polícia Rodoviária Federal (PRF), deu uma declaração intimidando a
instituição policial.
Em seu perfil na rede social X, antigo Twitter, o
magistrado declarou que a PRF “merece ter a sua existência repensada”.
– Ontem, Genivaldo foi asfixiado numa viatura
transformada em câmara de gás. Agora, a tragédia do dia recai na menina Heloisa
Silva. Para além da responsabilização penal dos agentes envolvidos, há bem mais
a ser feito. Um órgão policial que protagoniza episódios bárbaros como esses –
e que, nas horas vagas, envolve-se com tentativas de golpes eleitorais -,
merece ter a sua existência repensada. Para violações estruturais, medidas
também estruturais – disparou o ministro.
O posicionamento de Gilmar Mendes, inicialmente,
tem como “pano de fundo” as mortes de Genivaldo e da menina Heloisa, mas em
seguida, sem qualquer relação com as mortes citadas por ele, o decano revela
uma outra motivação, fora de contexto: uma suposta atuação da PRF para
favorecer o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na eleição do ano passado.
Gilmar não faz questão de esconder suas posições
políticas e expõe sem qualquer parcimônia sua ojeriza ao ex-presidente Jair
Bolsonaro.
Fossem as mortes o motivo legítimo para Mendes
ameaçar acabar com a PRF, o magistrado proporia o fim de todas as instituições
policiais que cometeram equívocos resultantes em mortes, e até mesmo as Forças
Armadas, como, inclusive, o Exército Brasileiro, que em abril de 2019, no Rio
de Janeiro, fuzilou – por engano – com 62 tiros um carro na avenida Brasil, em
Guadalupe, Zona Norte da cidade.
Dentro do veículo estavam o músico Evaldo Rosa
Santos e sua família. Ele morreu na hora. A ação também causou a morte do
catador Luciano Macedo, baleado ao tentar ajudar a família do músico.
No total, foram disparados 257 tiros.
O Tribunal de Justiça Militar condenou oito dos 12
militares do Exército envolvidos pelas mortes. As sentenças expedidas variaram
entre 28 e 31 anos de prisão.
LEIA TAMBÉM:
Nenhum comentário