Com Lula, endividamento cresce 7,2% e atinge 66,8 milhões em agosto
Confederação de lojistas afirma que 40,9% da
população adulta do país está inadimplente; média das dívidas é de R$ 4.108,89
O número de inadimplentes no Brasil subiu 7,17% em
agosto em comparação com o mesmo mês de 2022. Em relação a julho, a alta foi de
1,14%. Depois de 2 meses de quedas consecutivas, o número de consumidores com
contas atrasadas atingiu 66,80 milhões –40,9% da população adulta do país. Os
dados são da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e do SPC
Brasil.
Segundo o levantamento, em agosto cada consumidor
devia, em média, R$ 4.108,89 ao somar todas as dívidas. Eram 31,11% os
consumidores que tinham contas de até R$ 500 e 45,25% de até R$ 1.000. A maior
parte das dívidas são com bancos.
Além da alta nos inadimplentes, a quantidade de
dívidas em atraso também subiu 14,75% em relação a agosto de 2022. A
porcentagem ultrapassou a variação anual medida pela confederação em julho de
2023. Os setores com maior crescimento de consumidores com dívidas foram água e
luz (+ 31,97%) e bancos (+ 19,79%).
Em contrapartida, os setores de comunicação e
comércio registraram queda no total de inadimplência no período. Os
consumidores com dívidas diminuíram 13,71% e 0,97%, respectivamente.
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A confederação atribui o aumento no indicador à
inclusão de inadimplentes com dívidas vencidas de 1 a 3 anos. Apesar do
aumento, o presidente da CNDL, José César da Costa, afirma que “a tendência
deve ser de queda dos inadimplentes nos próximos meses, uma vez que todo o
cenário macroeconômico corrobora para essa direção”.
José explicou que “os efeitos de variações da Selic
levam de 3 a 6 meses para serem sentidos no mercado de crédito”, mas que o
Brasil está em um momento de inflação mais baixa e melhora no mercado de
trabalho, renda e confiança do consumidor.
O levantamento destaca o perfil dos consumidores
endividados no país:
• 51,1% são mulheres;
• 48,9% têm de 30 a 39 anos.
Diferentemente do presidente da CNDL, o presidente
do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Júnior, não vê um cenário tão otimista. Para
ele, o Programa Desenrola (que renegocia dívidas) “deve trazer um impacto
positivo na inadimplência nos próximos meses”, mas o indicador não deve ter uma
queda constante, “já que o cenário de inadimplência atingiu patamares muito
elevados nos últimos anos”.
Além disso, Roque também afirmou ser necessário
ficar atento à reincidência do consumidor. Segundo ele, “86% dos que pagam suas
contas atrasadas depois retornam à inadimplência”.
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