Silvinei Vasques foi preso mesmo após Alexandre de Moraes reconhecer que operações não influenciaram eleições


A prisão do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, na manhã desta quarta (9), ocorreu mesmo após o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), reconhecer que as operações realizadas pela corporação não influenciaram no resultado eleitoral.

Moraes autorizou os mandados de prisão e de busca e apreensão cumpridos nesta quarta (9) pela Polícia Federal na operação Constituição Cidadã, que tiveram o ex-diretor-geral e outros ex-diretores como alvos por suspeita de tentativa de interferir no deslocamento de eleitores no dia do segundo turno da eleição presidencial do ano passado.

Segundo o TSE, a PRF teria organizado mais de 500 blitze principalmente na região Nordeste para supostamente interferir o acesso de eleitores aos locais de votação. A região dava vantagem ao então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas pesquisas eleitorais.

Alexandre de Moraes disse, no próprio domingo do segundo turno da eleição, em 30 de novembro, que as operações da PRF para fiscalizar o transporte público de eleitores não impediram o acesso às votações.

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  • “As operações, e foram inúmeras, foram, segundo o diretor-geral da PRF, que veio ao TSE explicar a questão, realizadas com base no Código de Trânsito Brasileiro, ou seja, um ônibus com pneu careca, por exemplo, era abordado. Isso retardou a chegada dos eleitores aos seus pontos eleitorais, mas em nenhum caso impediu os eleitores de chegarem aos destinos”, disse o ministro em uma entrevista coletiva no final da tarde.

    Moraes destacou que informações da PRF, tribunais regionais eleitorais e eleitores confirmam que ninguém deixou de votar por conta das operações. E que o índice de abstenção foi reduzido na região, passando de 19,53% para 19,29%.

    “Em nenhum momento esses ônibus retornaram à origem, mas seguiram ao destino final. Nenhum eleitor disse que deixou de votar, que voltou à origem. Então não houve prejuízo aos eleitores”, enfatizou Alexandre de Moraes. No entanto, ele afirmou que o TSE iria investigar a realização das operações e se houve eventual abuso de finalidade ou abuso de poder.

    Denúncias nas redes sociais relataram abordagens da PRF na Paraíba, Sergipe e Rio de Janeiro, gerando preocupações. No sábado, o TSE proibiu a PRF de realizar operações em transporte público para eleitores, sob ameaça de acusação criminal.

    As declarações de Moraes ocorreram após reunião com o diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, em que foi determinada a suspensão das operações.

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