Saiba por que Faustão aguardou tão pouco tempo por transplante
Dúvidas surgiram assim que o apresentador passou
pelo procedimento
Depois de Fausto Silva, o Faustão, passar por uma
cirurgia de transplante de coração, surgiram dúvidas de como o apresentador
conseguiu receber um novo órgão. Ele operou no domingo 27, após sete dias na
fila de espera.
No Brasil, a espera média para receber um novo
coração chega a 18 meses. O Sistema Nacional de Transplantes (SNT) administra a
fila e a organiza com base em vários critérios.
Além do tempo do paciente na busca por um novo
coração, os especialistas levam em conta critérios de compatibilidade e
detalhes clínicos.
Em entrevista ao site Metrópoles, a médica Silvia
Ayub Ferreira, coordenadora do Programa de Transplante Cardíaco do Hospital
Sírio-Libanês, explicou que Faustão atendia a todos os critérios para conseguir
a prioridade.
“Quando o paciente internado necessita de medicação
inotrópica [que melhora a musculatura cardíaca] para ajudar na contração do
coração ou melhorar a assistência circulatória, ele passa na frente de
pacientes que se tratam em casa”, disse Silvia. “Por isso, recebe uma
priorização.”
Por estar internado na unidade de terapia intensiva
(UTI), Faustão também tinha a vantagem para receber o órgão antes de outros
pacientes.
Antes da cirurgia de coração, no domingo, o
apresentador realizava sessões de diálise e fazia uso de medicamentos
intravenosos para ajudar o coração a bombear sangue.
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Faustão era o segundo da fila de prioridade de
transplante
Fausto Silva ocupava o segundo lugar na fila de
espera, segundo a Central de Transplantes do Estado de São Paulo. Ainda na
madrugada do domingo, a Central, que é vinculada à Secretaria de Saúde
Estadual, ofereceu um coração à equipe transplantadora de Faustão. Os médicos
aceitaram a oferta, depois de avaliarem a compatibilidade do órgão.
Por meio do sistema informatizado de gerenciamento
do sistema estadual de transplantes, 12 pacientes atendiam aos requisitos.
Desse total, quatro tinham prioridade — Faustão ocupava a segunda posição..
A equipe transplantadora do paciente que ocupava a
primeira posição decidiu pela recusa do órgão. Os motivos da recusa não foram
divulgados pela Central de Transplantes, mas podem estar relacionados a
incompatibilidades entre o receptor e o doador. Com isso, a oferta seguiu para
o segundo paciente da seleção.
De acordo com Carolina Casadei dos Santos,
especialista em insuficiência cardíaca e transplante de coração, filiada à
Sociedade Brasileira de Cardiologia, há várias razões para explicar a recusa do
órgão, como no caso do primeiro paciente da lista.
Os motivos podem ir desde questões logísticas, como
indisponibilidade do paciente para cirurgia imediata, até incompatibilidade
anatômica entre o doador e o receptor.
“A recusa pode ser por questões logísticas: do
tempo que levaria para o coração chegar, dependendo de onde estivesse esse
outro receptor, à questão do peso do paciente, que pode servir para um e não
para outro”, explicou Carolina.
Segundo as normas de compatibilidade para
transplante de coração, o receptor só pode receber o órgão de um doador com
peso que varie até 20% para mais ou para menos, em relação ao de quem aguarda o
transplante. Um paciente de 80 quilos, por exemplo, só pode receber um órgão de
um doador que pese entre 64 quilos e 96 quilos.
Em São Paulo, o tempo de espera por um transplante
de coração, para potenciais receptores do grupo sanguíneo B, é de um a três
meses — mas pode ser reduzido por urgência. Faustão se enquadra nesse caso.
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