IBOVESPA cai novamente, pela 14ª vez em 15 pregões e teve pior desempenho do mundo nesta segunda-feira
Bolsa hoje: Ibovespa cai pela 14ª vez em agosto e
fecha aos 114 mil pontos; dólar sobe e se aproxima de R$ 5
Após ter encerrado na última sexta sua maior sequência de baixas da história, principal índice brasileiro voltou a cair nesta segunda-feira
Após ter interrompido no último pregão da semana
passada a sua maior sequência de baixas da história, de 13 pregões, com uma
leve alta de 0,37%, o Ibovespa voltou nesta segunda-feira (21) a cair, recuando
0,85%, aos 114.429 pontos.
O índice, hoje, foi impactado tanto por notícias do
cenário interno quanto do externo.
Por aqui, analistas destacam que monitoram os
impasses no Congresso quanto à votação do arcabouço fiscal. O Governo tem até o
dia 31 deste mês para passar a medida ou terá de fazer valer as regras do
antigo teto de gastos e cortar R$ 200 bilhões do orçamento.
“Ao mesmo tempo que temos hoje uma reunião do
Arthur Lira [presidente da Câmara] com outros líderes do Congresso, surge a
notícia de que eles poderiam postergar para a semana que vem a votação, o que
deixaria as coisas no limite”, explica Gustavo Cruz, Estrategista Chefe da RB
Investimentos.
Esse cenário também ajudou a puxar a curva de juros
brasileira para cima. Os DIs para 2025 ganharam 6,5 pontos-base, a 10,60%, e os
para 2027, 10,5 pontos, a 10,74%. As taxas dos contratos para 20299 foram a
10,95%, com mais dez pontos, e os para 2031, a 11,26%, também com mais dez
ponto
Companhias ligadas ao consumo e ao mercado interno
ficaram entre as maiores quedas do Ibovespa. As ações ordinárias da Yduqs
(YDUQ3) recuaram 3,86%, as do Grupo Soma (SOMA3), 2,82%, e as preferencias da
Alpargatas (ALPA4), 2,57%. As ON da Arezzo (ARZZ3) tiveram baixa de 3,26%.
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Boa parte da pressão altista da curva de juros, no
entanto, também veio do exterior. Nos Estados Unidos, os treasuries yields para
dez anos ganharam 9,3 pontos-base, a 4,344%, isso após ter tocado, no meio do
dia, o 4,35%, no seu maior nível desde 2007. O para dois anos subiu 6,7 pontos,
a 5,003%.
Por lá, no entanto, S&P 500 e Nasdaq fecharam
em altas de 0,69% e 1,56%, corrigindo das quedas dos últimos dias. O Dow Jones
caiu 0,11%.
“O motivo dessa queda de hoje do Ibovespa
principalmente, é a alta grande dos juros nos Estados Unidos, dos treasuries,
ou seja, temos o Ibovespa seguindo o exterior”, fala Rodrigo Cohen, co-fundador
da Escola de Investimentos. “O mercado vai ficar em compasso de espera até
sexta, quando Jerome Powell vai falar em Jackson Hole. Espera-se alguma
novidade em relação à próximas decisões em relação aos juros. E justamente a
imprevisibilidade, a indecisão, a incerteza geram medo para o mercado e faz com
que os juros subam, o dólar suba e as bolsas caiam no mundo”.
O dólar subiu 0,21% frente ao real, a R$ 4,978 na
compra e a R$ 4,979 na venda, na esteira da alta dos treasuries.
Por fim, a China também foi um peso para o
Ibovespa. “Tivemos um anúncio de novas medidas de afrouxamento monetário na
China, que tem sustentado ultimamente um temor de recessão global. De certa
forma, as notícias não foram suficientes para manter as ações de commodities em
alta por muito tempo durante o pregão de hoje”, explica Luccas Fiorelli, sócio
da HCI Invest.
Ele ainda menciona o fato de o UBS ter revisado
para baixo suas projeções para China. “Eles acabaram reduzindo a projeção para
o crescimento do PIB [produto interno bruto] chinês, deixando de 5,2% para 4,8%
neste ano e de de 5% para 4,2% no ano que vem. De certa forma isso também acabou
puxando o mercado chinês lá, tendo um resquício aqui para a gente em relação ao
Brasil”.
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