Hacker Delgatti acumula 46 casos de estelionato, um deles com 44 vítimas. Veja como ele opera
Extensa ficha de Delgatti inclui fraudes bancárias
e furtos, invasão e violação de computadores e celulares etc
magem extraída de relatório da PGR mostra Delgatti durante aplicação de golpes cibernéticos. |
Foi o senador Sérgio Moro (União- PR) quem
‘levantou a bola’ da ausência de credibilidade da testemunha ouvida pela CPMI
do 08 de janeiro, Walter Delgatti. Moro repercutiu um dado que pode ser
conferido em consulta pública: o hacker acumula 46 processos por estelionato,
envolvendo tramitações na Justiça de São Paulo, no Tribunal Regional Federal 01
(TRF-01) e outras cortes. De acordo com a inquirição de Sérgio Moro, um único
processo identificou 44 vítimas do estelionatário.
O Ministério Público fez denúncia que revela o
modus operandi de Delgatti, através da formação de uma quadrilha, que segundo o
relatório da Procuradoria Geral da República se constituiu de maneira
“organizada, estável, em união de desígnios”.
A investigação tocada pela Polícia Federal diz que
Delgatti agia em diversas frentes de crimes cibernéticos: fraudes bancárias e
furtos mediante fraude, invasão de dispositivos informáticos alheios, mediante
violação indevida de sistemas de segurança e monitoramento, em tempo real, de
comunicações telemáticas (dados) sem autorização.
De acordo com o relatório, Delgatti tinha até um
‘testa de ferro’, que emprestava o nome para a movimentação das transições
criminosas praticadas pela quadrilha.
Extração relatório PGR |
“Por sua vez, DANILO CRISTIANO MARQUES atuava como
testa de ferro de WALTER, auxiliando na obtenção de meios materiais pra o
cometimento de crimes virtuais bem como auxiliando WALTER a permanecer oculto,
cedendo seu nome para aluguel de apartamento, contratação de serviços como
água, luz e internet, o que auxiliava a manutenção da liberdade de WALTER”, diz
a denúncia.
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O caráter sórdido da atuação pode ser conferido na
frieza com que Delgatti enganava clientes de bancos diversos, como demonstrado
no corpo da denúncia. Uma conversa foi transcrita a partir de gravação entre o
hacker e uma mulher identificada como Fernanda. Delgatti se passou por homônimo
da vítima, influenciando a cumprir procedimento que o daria acesso à conta
bancária da empresa da qual é dona. Confira:
Mesmo relutantes, as vítimas eram convencidas por
Delgatti de que não se tratava de um golpe.
Extração denúncia PGR |
Durante oitiva na CPMI do 08 de janeiro, o hacker
se disse inocente diante do relatório assinado pelo procurador Wellington
Divino Marques de Oliveira, que apresenta provas robustas, como imagens, áudios
e vídeos de Delgatti em operações criminosas.
O Hacker Delgatti vota 13
Um vídeo levado à CPMI pelo deputado André
Fernandes (PL-CE) mostra a testemunha declarando voto em Lula, durante
entrevista à versão eletrônica da revista Fórum. “O Walter de hoje com certeza
vota no Lula. Não só voto, como peço que votem no Lula. Faço campanha para ele.
O que for preciso”, respondeu Delgatti.
A entrevista foi concedida em julho de 2022, mesmo
período em que Delgatti abordou a deputada Carla Zambelli (PL-SP) para, de
acordo com a versão da parlamentar, pedir oportunidade para assessora-la com as
ferramentas de internet do mandato. Na ocasião, o hacker disse à Zambelli que
pretendia ajudar Bolsonaro a entender a limitação do sistema eleitoral do
Brasil.
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