Agora querem que réus do 8 de janeiro confessem o que não fizeram


A Procuradoria-Geral da República está analisando uma proposta da OAB para haver acordo com 1.156 réus, daqueles 1.390 que tinham sido presos depois do 8 de janeiro. Que acordo seria esse? A pessoa tem de confessar o crime, tem de ser réu primário e não pode ter antecedentes criminais. Mas como assim, confessar o crime? A pessoa está convicta que não praticou nenhum crime. Segundo a própria PGR, são pessoas que não tiveram participação direta, pessoal, nas invasões: não entraram no Palácio do Planalto, no Supremo, no Congresso Nacional. Então, por que foram presos? Afinal, a Constituição protege a liberdade de expressão, o direito de manifestação, a liberdade de reunião sem armas.

Havendo acordo, e se o ministro Alexandre de Moraes concordar, vai tudo para o arquivo. Eles já são réus, mas o processo acaba. Eu acho que o acordo ainda deve prever que essas pessoas se comprometem a não acionar o Estado brasileiro, pedindo indenização por abuso de autoridade, por prisão indevida. Talvez incluam isso para dar um descanso ao Estado brasileiro. O Supremo está votando as denúncias contra mais 70 investigados; seria um total de 1.360 réus. Parece que o Estado brasileiro está sentindo que foi muito longe, mas não deveria ter ido. Essas pessoas poderiam apenas voltar frustradas para casa, e ponto final. E a PGR e o STF poderiam pegar aqueles que realmente invadiram e promoveram o vandalismo.

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