123milhas promove demissão em massa
Dezenas de trabalhadores na porta da empresa
relataram dispensa em três setores
Funcionários da 123milhas denunciaram uma demissão
em massa na sede da empresa, em Belo Horizonte. Trabalhadores relataram
dispensas em três setores da empresa: recompra, promoção e emissão.
Uma equipe da Rádio Itatiaia foi até a sede da empresa e presenciou dezenas de funcionários deixando o prédio. “A gente veio trabalhar e recebemos a comunicação de que fomos demitidos”, afirma o ex-funcionário Rafael Bezerra, de 30 anos. “Era uma empresa grande. A gente não sabe se todo mundo foi demitido mas, pelo menos nos setores que temos contato, foi todo mundo.”
No mesmo dia, a 123milhas confirmou que a Hotmilhas
— controlada pela mesma agência de viagens — interrompeu os serviços. Há
estimativas de dezenas de demissões.
Em nota, a 123milhas informou que “iniciou hoje um
plano de reestruturação interna, com redução do tamanho da equipe para se
adequar ao novo contexto da empresa no mercado”.
A empresa, que não confirmou a quantidade de
profissionais demitidos, ainda afirmou que a “difícil decisão faz parte das
medidas para mitigar os efeitos da forte diminuição das vendas”.
A empresa já havia suspendido o atendimento a
clientes na sede da empresa, em Belo Horizonte, na semana passada. A agência de
viagens suspendeu neste mês os pacotes e emissão de passagens na modalidade
promoção no período de setembro a dezembro, alegando fatores econômicos e de
mercado adversos.
Investigada pelo governo, 123milhas pode receber
multa milionária
O governo federal, por meio da Secretaria Nacional
do Consumidor (Senacon), órgão do Ministério da Justiça, está avaliando a
abertura de um processo administrativo e até mesmo a aplicação de multa contra
a 123milhas caso a empresa não devolva o dinheiro de consumidores afetados pela
suspensão de pacotes de viagens já pagos. Se confirmada, a multa pode chegar a
R$ 13 milhões.
Caso a empresa 123milhas mantenha a posição de
ressarcir os clientes com voucher para uso de outros serviços, em vez da
devolução dos valores em dinheiro, a alternativa para os consumidores será a
abertura de um processo judicial — que é a esfera com capacidade de obrigar a
companhia a fazer o ressarcimento.
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