Lula diz que pediu ao ministro da Justiça para fechar 'quase todos' os clubes de tiro do Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse,
na manhã desta terça (25), que falou ao ministro Flávio Dino, da Justiça, para
“fechar quase todos” os clubes de tiro do país, na esteira do decreto lançado
na última sexta (21) para restringir o acesso a armas por pessoas físicas.
A declaração foi dada durante a live "Conversa
com o Presidente", transmitida mais cedo e que teve picos de 4,7 mil
pessoas assistindo simultaneamente.
“Eu já falei para o Flávio Dino que a gente tem que
fechar quase todos [os clubes de tiro], só deixar aberto aqueles que são da
Polícia Militar, do Exército ou da Polícia Civil. É organização policial que
tem que ter lugar para atirar, para treinar tiro. Não é a sociedade brasileira.
Nós não estamos preparando uma revolução. Eles tentaram dar um golpe, nós não.
Nós queremos é preparar a democracia, fortalecer a democracia”, disse.
Lula afirmou que havia uma “confusão” se poderia
liberar ou não o acesso da população a armamentos, principalmente de pistolas
9mm que o presidente questionou “o que ele [o cidadão] vai fazer? Brincar de
dar tiro?”
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Ele ainda criticou a flexibilização permitida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em decretos do governo passado, afirmando que a liberação foi “para agradar ao crime organizado”, porque o “pobre trabalhador não está nem conseguindo comprar comida, material escolar”. “Como as pessoas que trabalham vão conseguir comprar fuzil, pistola?”, completou nos questionamentos.
O novo decreto restritivo de armas, publicado na
última sexta (21), determina, entre outros trechos, que a fiscalização de CACs
(caçadores, atiradores e colecionadores) passa do Exército para a Polícia
Federal, um ato que pode ser questionado judicialmente segundo analistas e
parlamentares ouvidos.
O decreto desfez as principais mudanças aditadas
pelo governo anterior para o setor e inviabilizou a concessão de novos
registros para atiradores e compra de determinados tipos de armamentos que
antes eram adquiridos normalmente.
Entre outras
medidas, o decreto:
- reduz a quantidade de armas e munições que podem ser acessadas por civis para defesa pessoal
- diminui o número de armas e munições que podem ser adquiridos pelos CACs (caçadores, atiradores e colecionadores)
- proíbe CACs de transitarem com armas municiadas
- restringe o funcionamento de clubes de tiro
- retoma regras de distinção entre armas de uso de órgãos de segurança e armas para cidadãos comuns
- diminui a validade dos registros de armas de fogo
- prevê a migração do controle de armas do Exército para a PF
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