‘Perdi meu mandato porque combati a corrupção’, diz Deltan Dallagnol em entrevista; ASSISTA VÍDEO!
O ex-procurador da Lava Jato perdeu seu mandato após uma ação movida por partidos de esquerda
Dallagnol (Podemos-PR) fez uma coletiva de imprensa
na Câmara dos Deputados para comentar a decisão do Tribunal Superior
Eleitoral(TSE) que o fez perder o mandato.
Rodeado de colegas parlamentares, o ex-procurador
da Lava Jato demonstrou que tem o apoio da oposição e fez questão de fazer uma
análise desses meses em que esteve como deputado, após ser eleito com mais de
344 mil votos.
– Eu perdi o meu mandato porque eu combati a
corrupção. Hoje, o sistema de corrupção, os corruptos e os seus amigos estão em
festa. Gilmar Mendes está em festa, Aécio Neves está em festa, Eduardo Cunha
está em festa, Beto Richa está em festa. (…) É um dia de festa para os
corruptos, é um dia de festa para Lula – declarou.
Dallagnol diz que foi “cassado por vingança” porque
“ousei enfrentar o sistema de corrupção”. Em sua defesa, ele deixa claro que
não fraudou nenhuma lei, mas quem assim o fez foi o Tribunal que o condenou.
– Foi o Tribunal Superior Eleitoral que fraudou a
lei e a Constituição ao criar uma nova inelegibilidade contra a lei e contra o
que diz a Constituição.
O parlamentar foi cassado nesta terça (16) durante
o julgamento de um recurso apresentado por partidos de esquerda que compõem a
Federação Brasil da Esperança (PT-PCdoB-PV) no Paraná e, também, pelo PMN.
A ação contestava a legalidade do mandato de
Dallagnol sob a alegação de que o parlamentar teria de ter sua candidatura
impedida pela ficha limpa na época em que ocorreram as eleições; já que ele, enquanto
procurador, tinha processos administrativos tramitando junto ao Conselho
Nacional do Ministério Público (CNMP).
– Me punir nesse caso é como punir alguém por um
crime futuro. Ou pior, por uma acusação que não existe – defendeu-se o agora
ex-deputado.
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Entenda a decisão do TSE
O ex-procurador foi alvo de uma ação no TSE que questionava o registro de candidatura dele.
A ação foi apresentada pela Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV) e pelo PMN.
Os partidos questionaram o registro de Deltan para concorrer como deputado por dois motivos.
O primeiro, em razão de uma condenação do Tribunal de Contas da União (TCU) por gastos com diárias e passagens de outros procuradores da Lava Jato.
O segundo argumento é que ele teria pedido exoneração como procurador enquanto ainda era alvo de 15 procedimentos administrativos, que poderiam resultar em aposentadoria compulsória ou demissão.
Os partidos afirmaram que Deltan tentou burlar a Lei de Inelegibilidade e a Lei da Ficha Limpa ao deixar o cargo antes do início dos procedimentos administrativos.
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