JBS (JBSS3) amarga prejuízo de R$ 1,5 bi no 1º trimestre



Receita líquida caiu 4,6%, para R$ 86,7 bilhões. Fluxo de caixa das atividades operacionais foi negativo em R$ 3 bilhões

A gigante JBS registrou um prejuízo líquido de R$ 1,5 bilhão no primeiro trimestre deste ano, ante lucro de R$ 5,14 bilhões no mesmo período de 2022, pressionada por uma base comparativa elevada e gargalos tanto na América do Norte quanto no Brasil.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado despencou 78,6% no comparativo anual, para R$ 2,2 bilhões, “dado uma base comparativa muito forte divulgada no primeiro trimestre e 2022 e um cenário global de preços de grãos elevados e sobreoferta de proteína, principalmente em frango e suínos”, afirmou a empresa em relatório.

A margem Ebitda ajustada baixou 8,6 pontos percentuais comparada a um ano antes e encerrou o trimestre em 2,5%.

Na mesma linha, a receita líquida caiu 4,6%, para R$ 86,7 bilhões. No período, cerca de 77% das vendas globais da JBS foram realizadas nos mercados domésticos em que a companhia atua e 23% por meio de exportações.

A empresa teve desempenhos negativos no Ebitda ajustado de todas as unidades de negócios, em momento adverso na América do Norte em termos de oferta de gado, com custos maiores; despesas elevadas para a Seara na esteira da alta nos preços de grãos usados na ração; e a suspensão temporária das exportações de carne bovina do Brasil para a China, que atingiu todo o mercado, em função de um caso atípico da doença “mal da vaca louca”.

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O fluxo de caixa das atividades operacionais da JBS foi negativo em R$ 3 bilhões, explicado pelo cenário do período, de acordo com a empresa.

“Vale ressaltar que o primeiro trimestre do ano tem, sazonalmente, a característica de consumir caixa, devido à concentração de pagamentos de fornecedores de gados e suínos, e recomposição de estoques, principalmente em grãos”, afirmou.

Em contrapartida, a empresa destacou que terminou o trimestre com R$ 9 bilhões em caixa e possui US$ 3,2 bilhões disponíveis em linhas de crédito rotativas, sem garantia real, sendo US$ 2,8 bilhões na JBS USA e US$ 450 milhões na JBS Brasil, equivalentes a R$ 16,4 bilhões pelo câmbio de fechamento do período. Assim, a disponibilidade total da companhia era de R$ 25 bilhões.

Neste cenário, a alavancagem — medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado — saiu de 1,36 vez no primeiro trimestre de 2022, para 3,14 vezes no intervalo de janeiro a março deste ano, em reais.

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