Indicação de Galípolo ao BC faz dólar voltar a ficar acima de R$ 5



Juros futuros também foram pressionados pela escolha do governo para a direção de Política Monetária da autoridade monetária e vencimentos longos subiram

A apresentação do nome do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, para vaga no Banco Central foi recebida com desconfiança pelo mercado financeiro. 

O dólar se encaminhava para encerrar o dia em alta de mais de 1,20%, cotado a R$ 5,01. O movimento fez com que o real fosse a moeda com a maior queda frente ao dólar entre as emergentes nesta segunda-feira. Para se ter uma ideia da visão do estrangeiro sobre o Brasil no dia de hoje, a divisa americana subiu 0,61% contra o peso argentino, que registrou o segundo pior desempenho do dia.

Além disso, as falas de Lula contra a desestatização da Eletrobras também ajudaram a piorar a imagem do país para o investidor estrangeiro. As ações da elétrica encerraram o dia em queda de mais de 1,70%, o que significou uma destruição de mais de R$ 1 bilhão em valor de mercado em apenas um dia.

Os juros futuros reagiram à indicação de Galípolo com aumento das taxas com vencimentos mais longos, o que indica uma maior aversão a risco no longo prazo. O secretário-executivo da Fazenda preocupa investidores por ter estado bastante próximo ao economista André Lara Rezende (um dos pais dos Planos Cruzado e Real ), que ultimamente tem defendido a Teoria Moderna Monetária (cuja ideia levou a Turquia a taxas de inflação acima de 70% ao ano).

A bolsa de valores, no entanto, fechou em alta de 0,85%, aos 106 mil pontos, de olho na recuperação dos preços das commodities, puxada por Vale e Petrobras, além de bancos.

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