Governo Lula tentou esconder até 2028 imagens em que chefe do GSI no 8 de janeiro
Gabinete chegou a classificar as gravações como
'reservadas', o que impediria o acesso ao material por cinco anos
O governo Luiz Inácio Lula da Silva tentou esconder
as imagens do circuito interno do Palácio do Planalto em 8 de janeiro, quando
ocorreram as manifestações em Brasília. A equipe do presidente da República
negou, em pelo menos oito ocasiões, o acesso às imagens que marcaram o
noticiário político nesta semana. Uma das câmeras mostra o então ministro-chefe
do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Gonçalves Dias, em meio aos
manifestantes.
O GSI chegou a classificar as imagens como
“reservadas”. Isso significa que, pela Lei de Acesso à Informação, o acesso ao
conteúdo seria proibido por cinco anos. Esse processo ocorreu em 1º de
fevereiro, quando o GSI emitiu um Termo de Classificação de Informação (TCI) e
impôs o grau “reservado” às imagens do circuito interno do Planalto.
A CNN obteve com exclusividade imagens de câmeras de segurança que mostraram a ação do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante o ataque aos Três Poderes no dia 8 de janeiro, em Brasília #CNNNovoDia pic.twitter.com/pqLNQATmXK
— CNN Brasil (@CNNBrasil) April 19, 2023
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Para impedir a divulgação das imagens, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) chegou a classificar as informações como “reservadas”, o que pela Lei de Acesso à Informação asseguraria a proteção dos dados até 2028.
Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo mostra
que o documento elaborado pelo governo continha erros. O principal deles: o
termo incluiu proteção apenas às imagens gravadas a partir de fevereiro, o que
deixaria as imagens de 8 de janeiro disponíveis ao público. Posteriormente, a
Controladoria-Geral da União (CGU) recebeu dois pedidos para que o Planalto
mudasse de ideia e liberasse as imagens. O GSI chegou a ser consultado sobre o
assunto e decidiu corrigir o erro na classificação de sigilo. Resultado: a
proteção das imagens passou para 1º de janeiro de 2023.
O GSI alegou que não poderia liberar o acesso às imagens, porque estava revisando seus planos de segurança. A CGU acatou os argumentos do gabinete e decidiu manter as gravações sob sigilo — embora pudesse determinar a liberação das imagens.
O primeiro a cair do governo Lula
O general Marco Edson Gonçalves Dias,
ministro-chefe do GSI, pediu exoneração do cargo na quarta-feira 19.
A demissão ocorreu depois que o presidente Lula
convocou uma reunião de emergência com pelo menos três ministros do governo. O
encontro não estava previsto na agenda oficial do petista.
A expectativa era que Dias fosse exonerado do cargo,
e não que pedisse o afastamento. Mas não deu certo. O militar é o primeiro
ministro do governo Lula a perder o emprego. Oeste apurou que Lula se sentiu
traído pelo general. O então ministro teria mentido, segundo a versão do
petista, sobre as imagens da invasão ao Palácio do Planalto.
REVISTAOESTE.COM
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