Cientistas filmam o peixe mais profundo de todos os tempos no fundo do mar no Japão; ASSISTA


Um peixe-caracol foi registrado a uma profundidade recorde de 8.336 metros no abismo do norte do Oceano Pacífico por cientistas da Universidade da Austrália Ocidental e da Universidade de Ciência e Tecnologia Marinha de Tóquio.

A equipe usou robôs marinhos para filmar o jovem peixe-caracol e capturou fisicamente dois outros espécimes a 8.022 metros, estabelecendo um novo recorde para a captura mais profunda. Antes disso, o peixe-caracol mais profundo já visto estava a 7.703 metros em 2008.

Esta é a primeira vez que os cientistas conseguiram coletar peixes de qualquer lugar abaixo de 8.000 metros. As imagens foram divulgadas no domingo (2).

Os pesquisadores do Minderoo-UWA Deep Sea Research Center lideraram uma expedição de dois meses nas trincheiras do Japão, como parte de um estudo de 10 anos sobre as populações de peixes mais profundas do mundo.

Durante a pesquisa, três robôs marinhos automáticos equipados com câmeras de alta resolução foram lançados em três trincheiras, incluindo as do Japão, Izu-Ogasawara e Ryukyu, em profundidades variadas.

O peixe-caracol, membro da família Liparidae, foi avistado em algumas das maiores profundidades já registradas, e o biólogo marinho Alan Jamieson, fundador do centro de pesquisa, afirmou que a descoberta mostra até que ponto um determinado tipo de peixe descerá no oceano.

As imagens capturadas pelos robôs submarinos são importantes para entender melhor as populações de peixes e crustáceos nas profundezas do oceano.

Além disso, esses estudos são importantes para entender como essas espécies sobrevivem em um ambiente tão extremo e como estão sendo afetadas pelas mudanças climáticas e pela atividade humana, como a pesca predatória e a poluição.

O estudo liderado por Alan Jamieson e sua equipe é um dos mais ambiciosos já realizados para explorar as profundezas dos oceanos e entender melhor a vida marinha.

Imagens de dois peixes-caracol, conhecidos como Pseudoliparis belyaevi, foram capturadas, fornecendo um raro vislumbre das características únicas que ajudam essas espécies a sobreviver em um ambiente extremo do fundo do mar.

Esses peixes têm olhos minúsculos, corpo translúcido e não possuem bexiga natatória, o que os ajuda a se moverem melhor nas profundezas do oceano.

De acordo com o professor Jamieson, o Oceano Pacífico é um lugar propício para essas criaturas, pois sua corrente quente do Sul incentiva as atividades vibrantes dos animais marinhos e há uma abundante fonte de comida para aqueles que se alimentam no fundo.

De acordo com o professor Jamieson, os cientistas estão interessados em aprender mais sobre as criaturas que vivem nas profundezas extremas do oceano, mas o custo é uma grande restrição. Ele explica que cada módulo de pouso usado na pesquisa custa cerca de US$ 200.000 para ser montado e operado, o que torna a tecnologia bastante cara. Como resultado, os cientistas enfrentam desafios significativos em seus esforços para estudar essas criaturas, pois muitas vezes têm limitações de recursos financeiros.

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