CNC: 37% das famílias brasileiras veem acesso ao crédito mais difícil e intenção de consumo perde fôlego


Indicador Intenção de Consumo das Famílias subiu 0,8% em março ante fevereiro, mas apesar de ter mantido tendência de alta, o avanço foi o menos expressivo em um ano

O indicador Intenção de Consumo das Famílias (ICF) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) subiu 0,8% em março ante fevereiro, para 95,7 pontos, com expansão de 23,7% ante março de 2022.

Em comunicado, a entidade informou ainda que, com o aumento, o ICF atingiu maior nível desde março de 2020 (96,7 pontos).

Embora tenha mantido tendência de alta, a entidade detalhou que o avanço foi o menos expressivo em um ano, e que a intenção de consumo segue abaixo da zona de avaliação positiva (100 pontos) desde 2015.

De fevereiro para março, seis dos sete tópicos usados para cálculo do indicador mostraram alta. É o caso de emprego atual (0,6%); de renda atual (1,7%); nível de consumo atual (2,3%); perspectiva profissional (0,7%); perspectiva ao consumo (3,2%); e momento para duráveis (3,1%). O único a apresentar recuo, nessa comparação, foi acesso ao crédito (-0,8%).

Na comparação com março de 2022, houve aumentos em todas as comparações. É o caso de emprego atual (18,1%); renda atual (29,4%); nível de consumo atual (29,3%); perspectiva profissional (22,3%); perspectiva de consumo (30,4%); momento para duráveis (32,1%); e acesso ao crédito (11,1%). Assim, nessa comparação, esse último tópico, embora não tenha registrado recuo, mostrou a menos intensa elevação entre os sete pesquisados para cálculo do ICF.

Para a CNC, em março, "é crescente a proporção de consumidores apontando maior dificuldade de acesso ao crédito". No total de entrevistados, 37% classificaram em março como acesso ao crédito mais difícil; 27,5% como mais fácil; 21,3% como igual ao ano passado; e 14,2% não souberam ou não responderam à pergunta.

“O crédito está mais caro e seleto, principalmente para os consumidores de menor renda, e tem levado cada vez mais famílias a repensar compras de longo prazo”, afirmou no comunicado Izis Ferreira, economista da CNC responsável pelo estudo.

A CNC também divulgou recorte de intenção de consumo por renda e, nesse tópico, é visível o menor fôlego de consumo entre os de menor poder aquisitivo, em março.

Entre os com ganhos de até dez salários-mínimos mensais, o ICF subiu 0,7% esse mês, ante mês passado - sendo que, entre os com ganhos acima de dez salários-mínimos mensais, a intenção de consumo avançou 2,2%, na mesma comparação.

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