Mau hálito pode ser provocado por 3 principais problemas diferentes
A halitose, popularmente conhecida como mau hálito, é uma condição anormal que torna desagradáveis os odores exalados pela boca e pelas narinas. Dependendo das circunstâncias, é possível que o paciente ou pessoas com as quais ele tenha contato relatem o cheiro de fezes na boca.
Antes de seguirmos, é importante explicar que qualquer pessoa pode desenvolver mau hálito. Afinal, a causa nem sempre está relacionada com a má higiene bucal e com a falta de escovação diária. Outros problemas podem ser a origem, como questões gastrointestinais, explica a cirurgiã-dentista Bruna Conde, especialista em halitose.
Tipos de mau-hálito que podemos ter
Na odontologia, existem dois principais tipos de
mau-hálito: a halitose clínica e a subclínica. Para diferenciar as duas, é
preciso considerar quem pode sentir os odores exalados pela boca e pelas
narinas de um paciente.
A halitose clínica pode ser identificada por
pessoas que convivem com o indivíduo com mau-hálito e pode ser facilmente
confirmada em uma consulta ao dentista. Aqui, vale destacar que, raramente, o
mau cheiro é percebido pela própria pessoa, devido ao processo de fadiga
olfatória.
O segundo tipo é a halitose subclínica, no qual o odor desagradável é sentido apenas pela própria pessoa. Inclusive, alguns pacientes com este tipo de queixa podem sentir um hálito de fezes ou de carniça na boca. No entanto, a causa deve ser sempre investigada e, às vezes, pode ser provocada por alguma alteração olfativa — ou seja, não é real.
“No consultório, temos um aparelho tecnológico
capaz de medir e diagnosticar a halitose e distinguir qual a origem do
problema”, afirma Conde sobre uma das estratégias para identificar a origem do
problema.
A seguir, confira os três problemas que podem, eventualmente, provocar o hálito de fezes na boca:
1. Doença periodontal pode provocar o hálito de fezes na boca
Na halitose de origem bucal, quando o cheiro se
assemelha a fezes, a dentista Conde explica que o mau odor pode ser liberado
por compostos orgânicos ou sulforados voláteis, decorrentes da doença
periodontal, como casos de gengivite ou periodontite.
Nessas condições, os tecidos da boca entram em
estado de putrefação e as bactérias — que produzem os cheiros ruins, através
dos componentes sulfatados — se concentram no local. Aqui, raramente, o
mau-hálito tem realmente cheiro de fezes, sendo mais uma percepção. Algumas
pacientes também têm a doença, mas sem a halitose.
2. Problemas intestinais podem provocar cheiro de
cocô na boca
Como adiantamos, nem sempre a causa do mau hálito e
do cheiro de cocô na boca pode ser provocada por problemas intestinais, como
casos de prisão de ventre. Nessas circunstâncias, o bolo fecal não eliminado
produz compostos que serão absorvidos pela corrente sanguínea. Em seguida,
estes compostos são eliminados pelos pulmões, provocando a halitose.
“Quando a halitose sai pela boca e pelas narinas na mesma intensidade ou muito semelhante com odor de fezes, há, sim, que se investigar algum transtorno gastrointestinal", explica a dentista. Isso porque "os compostos orgânicos indol, escatol e sulforados como o dimetilsulfeto e a metilmercaptana, podem sair pela respiração nasal ou bucal. Nesses casos, o tratamento é multidisciplinar [envolvendo médico e dentista]", acrescenta.
Além da prisão de ventre, a condição pode ser
provocada por doenças no esôfago, casos de refluxo e doenças no fígado — só
que, neste último caso, a queixa mais comum é do hálito com cheiro de acetona.
3. Questões de saúde e doenças impactam o hálito
Por fim, o mau hálito com cheiro de fezes pode ser
provocado por outras doenças e nem sempre a percepção do cheiro é fidedigna ao
que realmente é. Nesse sentido, Conde destaca quatro doenças e os tipos de
halitose característicos:
• Diabetes descompensado: paciente apresenta hálito
cetônico, com odor de fruta passada;
• Insuficiência renal: odor de ureia ou urina;
• Insuficiência hepática: odor de terra molhada ou
de rato;
• Câncer: odor de necrose (coisa morta).
Para manter a saúde da boca em dia, "fique
atento a esses sinais e a mudanças na coloração ou aspecto da sua boca. No caso
de anormalidades, procure um profissional capacitado”, aconselha a dentista.
Além disso, é importante manter a escovação diária, usar o fio dental e programar
visitas regulares ao dentista.
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