Balão gástrico sem cirurgia promete perda de 7 quilos em um mês; entenda o método
Um balão gástrico para emagrecer que dispensa cirurgia, endoscopia e anestesia chegará ao Brasil em 29 de janeiro. O dispositivo da Allurion é deglutível e sem procedimentos. Ele vem numa cápsula ingerível que se transforma num balão no estômago. O procedimento demora cerca de 15 minutos. Ao chegar no estômago, a cápsula infla, dando saciedade e menos fome. “Isso promove uma facilidade para o paciente seguir uma orientação nutricional e mudar os hábitos alimentares”, afirma Sérgio Alexandre Barrichello Júnior, endoscopista bariátrico do Hospital Albert Sabin de São Paulo.
De acordo com a Allurion, o dispositivo já tratou 100 mil pacientes em 60 países. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) permite o procedimento em pessoas com Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou superior a 30 e idade mínima de 18 anos. “Com o balão Allurion, os pacientes perdem 7 quilos no primeiro mês”, afirma nota da empresa.
Acompanhado do procedimento, o paciente ingressa num programa com suporte nutricional, físico e mental de uma equipe multidisciplinar, além de acesso à tecnologia com balança conectada, relógio health tracker e aplicativo para o monitoramento remoto em tempo real com o objetivo de engajar o paciente e acompanhá-lo na jornada de perda de peso.
“Após 4 meses, o balão desincha naturalmente, sendo eliminado pelo organismo sem cirurgia ou endoscopia. O paciente relata apenas que parou de sentir a presença (peso) do balão, então sabemos que ele sumiu”, explica o médico Eduardo Grecco, especialista em cirurgias do aparelho digestivo e procedimentos de emagrecimento.
A médica nutróloga e endocrinologista, especialista no tratamento da obesidade e emagrecimento Valéria Goulart explica que, normalmente, a dieta para quem usa o dispositivo é líquida, no início, e em quantidades pequenas de comida. “Não pode consumir bebidas alcoólicas e com gás, cafeína, comer frituras, castanhas, coco, temperos, molhos, pimenta, vinagre, enlatados e frutas ácidas para não irritar a mucosa do estômago”, disse a médica.
Segundo Goulart, há casos de pessoas que perderam até 48% do peso, mas com associação de outros monitoramentos. “Dois anos depois, alguns pacientes que retiraram o balão tiveram resultados cinco vezes mais eficazes do que outros tipos de tratamento de emagrecimento”, disse.
As clínicas oferecem suporte psicológico e nutricional, orientação para atividades físicas e um consultor comportamental, que pode ajudar no processo de adaptação aos novos hábitos de vida. O tratamento completo dura, no mínimo, 6 meses e, no máximo, um ano. Em São Paulo, uma clínica cobra R$ 18 mil pelo procedimento e acompanhamento de 12 meses.
“A Allurion usa inteligência artificial em 20 dias de programa. A tecnologia pode identificar se um paciente está ou não no caminho para atingir a perda de peso esperada, permitindo que os médicos melhorem o sucesso da perda de peso dos pacientes”, explica Benoit Chardon, diretor comercial da Allurion.
Para o endoscopista Sérgio Alexandre Barrichello Júnior, o balão é uma alternativa para quem quer emagrecer e não deseja fazer cirurgia bariátrica, porém não é indicado para quem tem diabetes não controlada e dependentes químicos sem condições psicológica e emocional para seguir o tratamento.
“Os riscos são poucos. Consideramos um procedimento extremamente seguro. Se a alimentação for inadequada pode causar desconforto. O balão pode dar dor no estômago ou náuseas, mas é raro. Lesões, gastrites, úlceras e sangramento são raríssimos. Se houver qualquer problema, é só retirar o balão”, afirma o endoscopista.
O médico explica que o paciente não tem alteração anatômica do estômago como na cirurgia bariátrica. “É um método que você pode colocar e tirar e o estômago continua normal como antes de colocar a prótese. Outra vantagem é que é possível repetir inúmeras vezes o uso do balão sem prejuízo a saúde”, afirma.
O Brasil está entre os 11 países com os maiores índices de obesidade do mundo. Um em cada quatro adultos no Brasil é obeso. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 60,4% da população com 18 anos ou mais estão acima do peso.
FONTE: ISTOEDINHEIRO.COM.BR
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